São Paulo – Foi numa cidade localizada a 147Km de Teresina que começou a sempre discutida vida pública do homem que vai dirigir, por seis meses, a CBF. Alfredo Alberto Leal Nunes, presidente interino da entidade, elegeu-se prefeito de Regeneração tornando-se exemplo de como um bom cargo no futebol pode impulsionar uma campanha política. Usou a imagem de Ricardo Teixeira e João Havelange, é acusado de distribuir material esportivo da entidade e prometeu levar à cidade astros como Romário e Ronaldo.
Membro de família influente na região, Alfredo teve uma eleição contestada. Tomou posse em janeiro e dividiu a cidade ao tentar conciliar o governo municipal com a vice-presidência do Nordeste da CBF. Dez meses depois, pediu licença para substituir Ricardo Teixeira na presidência da entidade. Hoje, vive cercado de acusações dos opositores.
Dias antes da eleição, não era o favorito, mas ganhou por pouco mais de 500 votos de diferença.
”Ele não é pior do que os outros. Não mudou quase nada” diz o operário Manoel Pereira.
”Ele só ganhou porque distribuiu camisas e chaveiros da Seleção. Prometeu trazer Romário e Ronaldinho aqui. O povo está esperando até hoje” acusa o Coronel Francisco Cavalcante, ex-prefeito, hoje na oposição.
De fato, espalhou-se pela cidade a certeza da visita dos craques. O secretário de Esportes, Raimundo Leal, primo em quarto grau de Alfredo Nunes, defende o prefeito.
”Foram poucas camisas, não mais de cinco. E eram da Umbro, do material antigo da CBF” justifica, mas logo dá outro dado para mostrar como a entidade ajudou na eleição. “No comício, foi colocado um telão. João Havelange e Ricardo Teixeira apareciam falando bem do Alfredo. Alguns presidentes de federações estaduais também vieram”.
Procurado pela L!Sportpress, Alfredo Nunes recusou-se a comentar as acusações e disse que não dá entrevistas por telefone