São Paulo – Nem a enorme distância em relação aos ídolos, só vistos quando é possível encontrar uma TV, tampouco as precárias condições de vida abalam a paixão pelo futebol e os sonhos das crianças e adolescentes de Regeneração. Um exemplo é o menino Cícero, de 17 anos.
Ele não estuda, trabalha na roça e come o que consegue plantar. Às vezes falta comida. Em alguns dos raros momentos de lazer, joga bola com colegas nas ruas sem calçamento do bairro onde mora.
”Vi o jogo do Brasil pela televisão. Quem sabe um dia eu não viro jogador?” sonha Cícero.
De tão magro, tem nítidas as marcas das costelas e o abdome chega a ser curvado para dentro.
Adeônio, de 16 anos, aparece vestindo um colete do IAFB. Ele é outro que faz das peladas o combustível do seu sonho.
”Não jogo muito bem, mas se um dia me derem chance...”
Vida diferente tem Theo Kirk, filho do Secretário de Esportes. Viajou com o pai, de ônibus, para São Luís, viu Brasil x Venezuela e desfila pela cidade com boné da Seleção e camiseta da Nike.