Sydney - Os jornais australianos falam nesta segunda-feira de um "negro funeral" para referir-se à eliminação da seleção de futebol de seu país diante do Uruguai na última partida eliminatória para a Copa de 2002 e calculam também as conseqüências econômicas negativas desse resultado.
A edição vespertina do 'Daily Telegraph' destaca em sua manchete, de cor preta, a derrota dos "Socceroos", como são chamados os jogadores australianos, ontem por 3-0 com o título em toda página: "Houve um jogo de futebol em Montevidéu esta manhã. Perdemos. Uruguai 3, Austrália 0".
Uma eliminatória para a Copa do Mundo nunca tinha tido na Austrália a relevância deste jogo, refletida no número de jornalistas enviados a Montevidéu para cobrir a partida.
O 'Telegraph' destaca em sua manchete que "o sonho australiano de competir em uma Copa do Mundo foi mais uma vez destruído na América do Sul, quando os Socceroos caíram, 3-0, perante o Uruguai".
"Os australianos, desesperados por quebrar o tabu de 28 anos de ausência dos Mundiais de futebol, foram humilhados e claramente superados pelo time local apoiado por 65.000 espectadores no Estádio Centenário de Montevidéu", acrescenta.
"Após ser derrotados por pouco pela Argentina em 1994 e o Irã em 1998, o treinador nacional Frank Farina confiava no triunfo de sua equipe contra os uruguaios. Mas as esperanças de toda uma nação se viram frustradas uma vez mais", continua.
O 'Telegraph' encabeça sua seção esportiva com o título "Tragédia para os Socceroos. Termina o sonho da Copa. Coração destroçado no "caldeirão" do Uruguai" e acrescenta que "a Austrália sofre a angústia de perder outra oportunidade".
Os noticiários dos canais de televisão destacaram a derrota dos Socceroos como "o funeral de todo um país" e todos noticiaram "um futuro econômico negro para o futebol australiano".
Os doze milhões de dólares que a Federação Australiana de Futebol esperava receber por sua participação na Copa do Mundo da Coréia e do Japão 2002 ficaram em zero.
O déficit de 1,7 milhão de dólares anunciado dias atrás pela Federação, o desvalorizado campeonato nacional, o êxodo de jogadores muito jovens, principalmente para a Europa, e a carência de patrocinadores interessados em investir dinheiro no futebol desse país lhe reservam um futuro nada promissor, segundo comentários de todos no país.