Busan (Coréia do Sul) - O técnico da seleção brasileira, Luiz Felipe Scolari, afirmou esta quinta-feira em Busan (Coréia do Sul), onde está para assistir o sorteio do Mundial de 2002, que prefere não partir como favorito ao título, mesmo que as responsabilidades continuem sendo as mesmas.
"Sempre penso que é melhor não ser favorito porque a pressão para as outras seleções é muito maior. Mas somos o Brasil e não devemos nos conformar em apenas participar. Quando vamos a uma Copa do Mundo, temos a obrigação de chegar à final e vencê-la. Mesmo que neste momento, o que mais se fala é que a França e a Argentina estão com todas as obrigações", disse no hall do hotel onde está hospedado.
O técnico, que assumiu em junho passado o cargo e que teve de esperar até a última rodada das eliminatórias para conseguir a classificação, não tem preferência quanto aos rivais no Mundial.
"Agora estamos classificados e temos que jogar, por isso não devemos nos preocupar se cairemos com A, B ou C, ou se o sorteio é direcionado ou não. Temos que estar centrados em nosso objetivo de chegar à final", explicou.
O treinador, em contrapartida, tem preferências quanto a chave em que gostaria de ficar. "Espero ter a sorte de cair no grupo B ou no F. No B, pode-se disputar os seis primeiros jogos na Coréia e o sétimo no Japão, e no F todos são no Japão, assim jogaremos em apenas um país. Se cairmos em outros grupos teremos de viajar".
Felipão sente-se aliviado pelo fato de ter se classificado e de ter vários meses para treinar sua equipe. "Assim que terminar o sorteio e que determinarmos as sedes e escolhido os lugares onde ficaremos, vamos preparar o programa de treinamento. Alguns campeonatos nacionais terminam em 5 de maio, outros em 12 e a Liga dos Campeões dia 15. A primeira parte da Libertadores termina também dia 15. Temos que estudar para ver como não prejudicar os clubes, mas eles devem saber que a seleção tem prioridade".
"Vamos estudar tudo e a análise será passada à Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Os clubes que estiverem jogando no dia 15 de maio e que tenham algum jogador da seleção devem saber que queremos ter os atletas no mínimo vinte dias para treinamento antes do início da competição (31 de maio)", acrescentou.
Nestes meses, os amistosos contra equipes nacionais e as partidas de treinamento no Brasil servirão para dar os retoques finais à equipe. "Será a oportunidade que não teve nas eliminatórias de provar aos jogadores que o estão fazendo muito bem neste momento", explicou.
"Nas eliminatórias não quis chamá-los para não colocá-los em situação de obrigatoriedade. Agora mais relaxados e sem a obrigação de jogar por três pontos me dá a oportunidade de convocá-los para jogos de treinamento".
"Nos três amistosos que serão jogados nas datas propostas pela FIFA estarão 70, 80 ou 90% da base da Copa do Mundo, mas não deixarei de observar 2, 3, 5 ou 8 jogadores, que ainda não convoquei, para jogos de treinamento no Brasil e ver suas qualidades", completou.
Felipão estava contente de voltar a Busan, um lugar por onde passou quando era técnico do Juventude de Porto Alegre, para um amistoso contra a seleção sul-coreana. Vinte anos depois voltou como treinador da equipe nacional brasileira para o sorteio do Mundial.