São Paulo - O relator da CPI do Senado, Geraldo Althoff (PFL-SC), denunciou nesta quinta ter recebido uma proposta de suborno para mudar o teor do relatório em que pede o indiciamento de dirigentes do futebol brasileiro. A Polícia Federal (PF) descobriu um indício de que a pessoa que ofereceu dinheiro ao assessor do senador pode ter ligação com um dirigente da CBF, uma das principais atingidas pelo documento final da CPI.
Althoff explicou que, no domingo, quando estava em Tubarão (SC), foi procurado por um homem que queria conversar sobre o relatório. O senador enviou um assessor para falar com o homem, cuja identificação é desconhecida.
Segundo Althoff, o homem ofereceu dinheiro ao senador, por meio do assessor, para que fosse modificado o relatório da CPI. O documento pede o indiciamento do presidente da CBF, Ricardo Teixeira. O assessor do senador rechaçou a oferta. “Liguei imediatamente para a Polícia Federal para comunicar o fato”, explicou Althoff.
Uma fonte da PF informou ao LANCE! que, no rastreamento do telefone celular do homem que fez a oferta, foi encontrada uma ligação para o telefone do vice-presidente Jurídico da CBF, Carlos Eugênio Lopes. A ligação aconteceu logo depois do encontro do homem desconhecido com o assessor, segundo a PF.
Homem de confiança de Teixeira, Lopes não foi encontrado pelo Lance!.
Em discurso no plenário, o presidente da CPI do Senado, Álvaro Dias (PDT-PR), também apontou tentativas de corrupção a senadores. Segundo ele, pessoas ligadas a dirigentes estão oferecendo ajuda nas próximas campanhas eleitorais. “Alguns cartolas imaginam que podem corromper os senadores. O presidente do senado, Ramez Tebet (PMDB-MS) garantiu apoio à CPI do Senado contra a ação do lobby de dirigentes de futebol.”
Nesta quinta, os líderes do PTB, PSDB e PSB, no Senado, estiveram reunidos com Dias e afirmaram apoio ao relatório. O PT e o PFL já tinham feito o mesmo.