Pusan (Coréia do Sul) - Pelé e a Unicef divulgaram comunicados separados na sexta-feira para esclarecer as notícias de que a empresa do ex-jogador, a Pelé Sports & Marketing (PS&M), não teria devolvido os US$ 700 mil que recebeu para promover uma partida beneficente em Buenos Aires que acabou cancelada.
A Unicef -- Fundo das Nações Unidas para a Infância -- e Pelé disseram nos comunicados que a entidade da ONU não ganhou nem perdeu dinheiro. ``Não estamos cientes de nenhum empréstimo bancário para financiar o evento'', disse a Unicef.
Pelé havia dito, após a divulgação da notícia pelo jornal ''Folha de S.Paulo'', que iria instalar uma auditoria para averiguar as denúncias de que sua empresa não devolveu os US$ 700 mil que recebeu para organizar um jogo beneficente em 1995 para a ONU, que foi cancelado.
``Vamos descobrir se há realmente algo ilegal, se alguém ficou com o dinheiro, e vamos saber se alguém é culpado nesse caso'', disse em uma entrevista à imprensa em Nova York no dia 20 de novembro.
Em seu comunicado na sexta-feira, Pelé disse que houve ''muitas notícias incorretas relacionadas ao papel da Pelé Sports & Marketing em relação ao evento de 1995 para levantar fundos para o Unicef''.
``Apesar do que tem sido escrito, o Unicef declarou oficialmente que a PS&M e o Unicef decidiram em conjunto não dar continuidade ao projeto e o acordo expirou automaticamente'', disse Pelé.
O Unicef concordou, dizendo: ``O projeto teria ajudado a chamar a atenção para a causa das crianças e para a vital importância do trabalho do Unicef. A PS&M e o Unicef decidiram por fim não dar continuidade ao projeto e o acordo expirou automaticamente.''
O Unicef também agradeceu Pelé por seu trabalho junto às crianças. Alguns dias após a divulgação da notícia, um porta-voz da ONU, Rudi Tarneden, havia dito que, apesar de Pelé ter trabalhado com o Unicef, ele não era um ``embaixador'' da entidade.
Segundo a Folha, a PS&M assinou um contrato para receber US$ 3 milhões da empresa norte-americana Sports Vision para organizar a festa e garantir a participação de Pelé e outras estrelas.
O jornal disse que a Sports Vision pagou cerca US$ 700 mil à PS&M antes do acordo ser desfeito, por causa da falência do banco argentino que iria emprestar os US$ 3 milhões através de uma empresa intermediária nos Estados Unidos. Afirmou também que a PS&M nunca devolveu o adiantamento.