Rio - A CPI do Senado, que investiga supostas irregularidades no futebol brasileiro, vai se reunir nesta terça-feira a partir das 10h para analisar o relatório final dos trabalhos, que foi elaborado pelo senador Geraldo Althoff (PFL-SC), relator da Comissão.
Apesar do relatório só ser apresentado publicamente nesta terça-feira, Althoff já deu alguns detalhes do documento. Ele disse que o relatório está dividido em três partes: uma introdução, com um histórico do futebol e sua importância no Brasil; os trabalhos de investigação, cujas conclusões serão encaminhadas para avaliação pelo Ministério Público (MP); e as propostas legislativas, que têm como objetivo dar maior transparência à gestão do futebol no país.
Althoff garantiu que o relatório vai acusar irregularidades nas federações de futebol de São Paulo, Minas Gerais e do Rio de Janeiro. Negócios realizados pelos maiores clubes do Rio de Janeiro (Flamengo, Fluminense, Vasco da Gama e Botafogo), de São Paulo (São Paulo, Corinthians, Palmeiras e Santos), de Minas Gerais (Cruzeiro e Atlético), do Rio Grande do Sul (Internacional e Grêmio), do Paraná (Atlético, Coritiba e Paraná) e da Bahia (Bahia e Vitória) também foram alvo de análise.
Porém o relatório vai voltar suas baterias para três dirigentes: Ricardo Teixeira, presidente da CBF, Edmundo Santos Silva, presidente do Flamengo, e o deputado Eurico Miranda (PPB-RJ), presidente do Vasco. Althoff revelou que cópia do relatório será enviada ao presidente da Câmara, deputado Aécio Neves (PSDB-MG), para que ele tome as medidas necessárias contra Eurico. A CPI enviou representação à Câmara sugerindo a cassação do mandato de Eurico.
Outros assuntos, como dívidas dos clubes e empresas de material esportivo, a exemplo da Rhummel, com a Previdência Social também recebem destaque no relatório.
Questionado sobre a possibilidade da CPI acabar em "pizza" Althoff lembrou que não cabe a Comissão e sim ao Ministério Público (MP) tomar providências sobre os crimes citados no relatório, como os de sonegação de impostos e evasão de divisas. Althoff aposta na aprovação do relatório.
“A força da opinião pública tem feito com que os senadores da CPI reconheçam o trabalho sério desenvolvido pela relatoria. Espero que o bom senso prevaleça”, afirmou Althoff.