Rio - Os estragos causados pela catastrófica campanha do Flamengo no Campeonato Brasileiro deixaram lições e as mudanças no futebol para 2002 já começaram a ser planejadas - mesmo faltando 27 dias para o ano acabar e com o time alimentando a chance de conquistar seu terceiro título na temporada. A primeira meta é enxugar custos. E a folha salarial de R$ 2,7 milhões será a primeira vítima. Para baixá-la, haverá dispensa de jogadores, maior aproveitamento da prata da casa e uma renegociação dos valores que as estrelas rubro-negras recebem pelos direitos de imagem.
''Para pagar em dia tem de haver uma reestruturação financeira no clube. Não temos condições de manter a folha atual'', reconhece o presidente Edmundo Santos Silva. Entre os jogadores que recebem direito de imagem, estão os craques Edílson e Petkovic, os maiores salários do elenco. Pelo discurso de Edmundo, se ambos quiserem permanecer na Gávea terão de aceitar ganhar menos. ''Quando houve uma renegociação para ganhar mais o Pet aceitou. Por que não poderia aceitar agora para ganhar menos?'', questionou o vice-presidente de futebol, Walter Oaquim.
Depois da conquista do tricampeonato estadual, Petkovic recebeu um inexplicável e substancial aumento - de US$ 150 mil para US$ 250 mil mensais. E só agora os dirigentes do Flamengo notaram que não há dinheiro para pagar quantias como essa e resolveram brigar por uma tendência mundial no futebol: a criação de teto salarial.