Brasília - A "Bancada da Bola", composta por senadores ligados a clubes e entidades, começa a se movimentar para adiar a votação do relatório final da CPI do Senado, que investiga supostas irregularidades no futebol brasileiro, prevista para esta quinta-feira.
O senador Gilvam Borges (PMDB-AP) garantiu que vai encaminhar pedido de vista do relatório ao relator da Comissão, senador Geraldo Althoff (PFL-SC).
Com isso o relatório poderá ser adiado, uma vez que pelo Regimento Interno do Senado os parlamentares têm cinco dias para analisar o relatório após a sua leitura. Apesar disso o senador Álvaro Dias (PDT-PR), relator da Comissão, garantiu a votação na quinta-feira.
“Só vou dar quarenta e oito horas para a análise do relatório. A votação será na quinta-feira”, afirmou Dias.
Ao longo da leitura do relatório os senadores continuaram se queixando das pressões que sofreram por parte da imprensa. O senador Leomar Quintanilha (PFL-TO) lamentou notícia divulgada na imprensa sobre a sua posição e de outros senadores em relação ao relatório. Ele disse que sua posição será conhecida na hora em que proferir o seu voto, depois de examinar o relatório. Ele disse acreditar que a CPI prestará contribuição enorme ao futebol brasileiro, ajudando a fazer os ajustes necessários.
Em meio a um clima de investigação sobrou tempo para homenagens. O senador Maguito Vilela (PMDB-GO) propôs voto de aplauso ao ex-jogador Raí, que encerrou sua carreira com uma partida de despedida no clube Paris Saint-German recentemente.
“A carreira de Raí é uma demonstração de que o esporte brasileiro não vive apenas da vergonha das denúncias. Estive na sua despedida e percebi o quanto o agora ex-jogador é reconhecido na França”, afirmou Maguito, enaltecendo as obras sociais patrocinadas por Raí, que dirige a Fundação Gol de Letra, em São Paulo e Nitérói, voltada para crianças carentes.