São Paulo - Apesar de não ter encontrado irregularidades no Palmeiras, a comissão de investigação da CPI do Senado acusou o presidente, Mustafá Contursi, de ter uma administração pouco transparente.
O relatório da comissão recomendou que seja contratada uma empresa de auditoria, com o conhecimento da oposição, para averiguar as contas das gestões de Contursi. O documento, segundo a reivindicação, seria divulgado para todos os sócios do clube.
A comissão pede também que a Receita Federal avalie a possibilidade de fazer uma fiscalização da vida pessoal dos dirigentes do Palmeiras, confrontando o seu patrimônio com o que foi declarado ao fisco.
Uma das fontes de informação da CPI foi o depoimento de Seraphim Del Grande, vice-presidente do clube de 91 a 96 e derrotado pelo atual presidente nas eleições de janeiro deste ano.
Segundo o relatório, Mustafá mudou o sistema eleitoral para ficar mais tempo no poder.
A comissão estranha essa atitude do dirigente, questionando a razão para Mustafá ter a intenção de permanecer tanto tempo no clube.
Em janeiro deste ano, Mustafá justificou assim o longo período no comando do clube. “Se nós crescemos o patrimônio, nos equilibramos financeiramente, estamos na disputa esportiva com qualidade e somos respeitados fora dos limites do clube, acho que não temos que discutir o continuísmo”, disse Mustafá, em entrevista ao Lance!, no dia 13 de janeiro.
Contursi assumiu o Palmeiras em 92. Foi na gestão dele que o clube acertou o contrato de co-gestão com a Parmalat e saiu da fila de 17 anos sem título. Porém, este ano, com a falta de títulos, aumentaram as cobranças da torcida e dos conselheiros em cima dele. Nesta terça, a reportagem do LANCE! tentou um contato com Mustafá, mas ele não foi encontrado.