Londres - Fortes emoções provocadas pelos ataques de 11 de setembro devem marcar a viagem de dois meses da chama olímpica pelos Estados Unidos para os Jogos de Inverno de Salt Lake City, em fevereiro.
A viagem da tocha, que começou na terça-feira em Atlanta com uma cerimônia envolvendo Muhammad Ali, vai adquirir um novo significado e ajudar a unir o país após os ataques contra Washington e Nova York, prevê o chefe de marketing das Olimpíadas, Michael Payne.
``Com certeza ela parece estar assumindo uma nova dimensão'', disse Payne, chefe de marketing do Comitê Olímpico Internacional (COI), após a cerimônia de terça-feira. ``É algo que ajuda a unir um país. Tem muito valor emocional''.
A viagem, que leva a tocha de Olympia antiga, na Grécia, até a sede de cada Olimpíada, é um evento normalmente acompanhado com euforia pelos moradores das cidades por que passa, mas tem pouco impacto internacionalmente.
Mas os preparativos para os Jogos de Salt Lake City, que começam no dia 8 de fevereiro, devem ser diferentes, principalmente porque a chama vai passar por Nova York durante o período do Natal.
A chama, que deveria ir para a Carolina do Sul na quinta-feira, vai chegar a Nova York no dia 23 e ficar lá por três dias.
Já havia sido decidido antes dos ataques que muitos dos que carregarão a tocha seriam heróis da comunidade. Após os ataques, bombeiros e policiais deverão se envolver na festa.
``Será bastante emocionante'', disse Payne.
Antes de chegar a Salt Lake, a tocha passará por 46 estados e 80 cidades nos EUA, incluindo Washington e Pensilvânia em memória às vítimas dos ataques de 11 de setembro.
Entre os que vão carregar a tocha está Lyzbeth Glick, mulher de Jeremy Glick, um dos que estavam a bordo do avião que caiu na Pensilvânia depois que os passageiros aparentemente lutaram com os seqüestradores.
Cerca de 4 mil pessoas morreram naquele acidente nos ataques ao World Trade Center e ao Pentágono.