São Paulo - Quase três semanas depois de operar o joelho esquerdo, o meia Pedrinho fala pela primeira vez sobre a lesão. O jogador diz que ainda vai dar muitas alegrias para o torcedor do Palmeiras. Médico que operou o jogador diz que ele tem má formação óssea.
Eram 15h20 da tarde desta quinta-feira quando o meia Pedrinho chegou ao Instituto Ortopédico Camanho para retirar os pontos da operação no joelho esquerdo. O jogador estava ao lado da esposa, Marcela, e caminhou lentamente até a entrada do prédio.
Foi a primeira vez que o meia falou sobre a lesão. Ainda um pouco abatido, Pedrinho disse que vai dar muitas alegrias para os palmeirenses.
Essa foi sua terceira lesão grave no joelho. Como você está encarando esse momento difícil?
Pedrinho: Agora já passou, estou um pouco mais tranqüilo. Os dias que passei com minha família me ajudaram bastante. Algumas pessoas têm problemas muito maiores que o meu e se recuperam, não é uma lesão no joelho que vai tirar o meu ânimo.
Você sofreu a lesão contra o Vasco, mas não foi substituído. Você achou que o problema não era grave?
P: No lance, tomei uma pancada na panturrilha e meu pé ficou preso. Só depois comecei a sentir um incômodo no joelho. O médico (Dr. Marcelo Saragiotto) me examinou e não constatou nada grave. Depois, fiz uma ressonância magnética e apareceu a lesão.
A lesão foi em uma jogada com o Donizete Amorim. Você acha que houve maldade no lance?
P: Acho que não, tiveram outras entradas piores durante o jogo.
Qual foi sua reação quando soube que seria submetido a mais uma operação no joelho?
P: Na hora eu tomei um susto. Achava que não iria acontecer novamente.
Você chegou a pensar que não poderia mais jogar futebol por ser a terceira operação?
Não, essa lesão foi no outro joelho (as duas primeiras foram no joelho direito). Como já passei por isso entendo um pouco o que está acontecendo. Hoje a medicina evoluiu bastante. Minha recuperação está sendo melhor do que nas outras vezes.
Onde você está encontrando forças para vencer essa situação?
P: Com minha esposa (Marcela), com meus pais (Seo Antônio e Dona Maria) e com as pessoas mais próximas. Do Palmeiras, o Magrão e o Galeano têm bastante contato comigo, mas quase todo mundo me procurou para falar alguma coisa.
Você estava sendo cotado para a Seleção Brasileira antes da lesão. O sonho de disputar uma Copa do Mundo foi adiado?
P: Sempre que tem uma possibilidade de acontecer algo grande para mim tenho algum problema. Agora não adianta atropelar as coisas. Vou esperar o momento certo para voltar.
Qual é o pior momento em uma situação como essa, a operação ou a fisioterapia depois?
P: Tudo é ruim. Quando você machuca, quando opera, quando tira os pontos ou faz a fisioterapia. Mas cada degrau que você passa lhe dá um novo ânimo para continuar lutando.
O que você pode dizer para os torcedores que procuram informações sobre seu estado e lhe desejam melhoras?
É só uma questão de tempo. Fiquei feliz de saber do carinho dos torcedores. Tenho muitas coisas a fazer pelo Palmeiras. Isso só foi adiado.
O Ronaldinho voltou a jogar e marcou um gol no último final de semana. O que você achou da volta dele?
Fiquei muito feliz. A luta contra a desconfiança das pessoas é muito grande. O caso dele ainda foi muito mais grave que o meu.