Técnico teme ‘efeito Rubinho’ no tênis
São Paulo – O técnico e promotor de eventos Marcelo Meyer afirmou nesta terça-feira no Esportes TV Especial, que debateu as perspectivas do tênis no Brasil, temer que possa acontecer na modalidade o que houve na Fórmula 1 com Rubinho Barrichello depois da morte de Ayrton Senna.
”O medo que eu tenho para o tênis é a repetição do que acontece com o Rubinho Barrichello na Fórmula 1. Depois do (Ayrton) Senna, as pessoas cobraram mais e passaram a chamá-lo de Burrinho. É isso que eu temo no tênis. Que se dentro de algum tempo surgir um tenista no Brasil que fique entre os dez melhores, não seja tão valorizado por ter o Guga chegado ao posto de número 1”, declarou em entrevista exclusiva ao programa, que tem sua edição normal entre segunda e sexta-feira a partir de 9h.
Meyer, no entanto, vê um ponto na ascensão de Guga que pode reverter a tendência de o esporte sumir com o encerramento da carreira dos ídolos. “
Antes do Guga aparecer no cenário brasileiro, nossa média de participantes em torneios ficava de 800 a 1.000 jogador. Só no tênis competitivo, tivemos um aumento em torno de 40% de jogadores após a Era Guga. O tênis sempre viveu de exceções. Há algum tempo atrás tivemos Maria Esther Bueno que teve mais títulos que Guga conseguiu até agora. Mas no tempo em que o esporte era realizado por amor à arte. Não havia marketing esportivo”, declarou.
Para Meyer, o número de novos praticantes é que pode reverter essa tendência. “Quem sabe agora com essa época pós-Guga, com o aumento de crianças praticando tênis, nós poderemos ter um tênis mais sólido, como acontece na Argentina. Depois de muitos anos, em 2001, o Brasil conseguir colocar outro jogadores entre os 100 melhores do mundo. Um fato histórico para o fato nacional”, afirmou.
O treinador, todavia, acredita que a busca deve ser por novos jogadores sem esperar um novo gênio. “Um novo Guga não é uma coisa que se fabrica, que se faz em laboratório. Você precisa achar um gênio e esse gênio ainda precisa ser lapidado. A Argentina tem 8 jogadores entre os 100 do mundo, mas lá o tênis não tem tanto espaço quando aqui pois nenhum deles está entre os três primeiros.”
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