Allen Chahad
São Paulo - O presidente da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), Ary Graça, não esconde a irritação com os time de futebol. “A experiência dos clubes de futebol no vôlei é a pior possível”, diz. O dirigente critica particularmente o Vasco e o Flamengo, que montaram suas equipes em 2001 e, sem dinheiro para pagar salários dos atletas, acabaram se desfazendo dos elencos. Por isso, os dois cariocas estão fora da Superliga 2001/2002, lançada nesta quinta-feira.
“Somos contra a manutenção dessa mentalidade de que os clubes de futebol são a solução para os outros esportes”, diz Ary Graça. Segundo o presidente, um dirigente do Vasco entrou em sua sala e exigiu mudanças em regulamentos, tabelas, etc. “Não podem os clubes de futebol quererem fazer da Confederação Brasileira de Voleibol o que eles acham que podem fazer em outros lugares”, reclama.
Assim, Aracy fala grosso para manter a ordem: “Quem manda no voleibol é o voleibol”. O dirigente lembra que o Palmeiras, que mantém uma relação boa com a CBV, é uma exceção. “É praticamente impossível você lidar com alguns dirigentes. Haja visto o Vasco e o Flamengo”, conta.
O jogador Giovane, que tem oito meses de salários para receber do Vasco, não quer nem ouvir falar no nome do presidente vascaíno Eurico Miranda. De volta ao Banespa, o ponta quer apagar o passado. “Eu prefiro nem falar nada. Estamos tomando as medidas cabíveis agora, porque não tem mais diálogo, não tem mais conversa. Vamos esperar para ver o que acontece.”