Rio - O Flamengo dos sonhos da diretoria para 2002 não tem dezenas de estrelas, muito menos salários estratosféricos. A política econômica é de pés no chão e prevê apenas bons jogadores e salários razoáveis - a serem pagos rigorosamente em dia.
As saídas de Beto, Reinaldo e Edílson faz parte do início da política de corte de gastos. Falta agora decidir a situação de Petkovic, que ganha US$ 180 mil mensais e só ficará se renegociar o valor. A única extravagância planejada é a contratação de Juninho Paulista.
Juninho receberia cerca de R$ 200 mil e se juntaria a Vampeta, que ganha R$ 150 mil, no grupo de elite do clube - além de Petkovic, se ficar. Os demais, receberiam valores com menos de três dígitos. Até mesmo Leandro Machado, que ganhava R$ 140 mil, renegociou a quantia para voltar à Gávea.
A conta do dirigente, por ora, está fechando. Mas com dificuldades: para o lugar de Beto, Vampeta - a diretoria prefere esquecer que o ex-jogador do Corinthians atuou pelo clube neste ano; para o de Reinaldo, Tuta; e para o de Edílson, Leandro Machado. Isso sem falar em Leandro Ávila, que volta após seis meses de empréstimo ao Botafogo. Fica sobrando uma vaga no meio-campo, que seria de Petkovic. Se Juninho Paulista acertar com o Flamengo, alguém vai sair.
As mudanças no clube não seriam tão necessárias caso os dirigentes não tivessem acertados salários tão altos em anos anteriores. A justificativa para o erro é sempre a mesma: ''Calculamos nossos gastos contando com a parceria com a ISL, que nos garantia R$ 7 milhões por mês. Só que ela faliu e de uma hora para outra o clube teve uma brusca queda de receita'', diz o presidente Edmundo Santos Silva.
A folha salarial do Flamengo, ainda com Beto, Edílson e Reinaldo é de R$ 2,7 milhões. O objetivo da diretoria é que ela não chegue a R$ 2 milhões em 2002. Para isso, outra medida será tomada: o elenco, de mais de 30 jogadores atualmente, ficará com cerca de 25. Uma barca de atletas com passe alugado ao clube está prevista para sair na virada do ano. Estão nela os zagueiros Leonardo Valença e Gilmar, os volantes Fábio Augusto e Dé e o lateral Bruno Carvalho - Alexandre Gaúcho foi dispensado ao fim do Brasileiro.
As mudanças no futebol também chegam ao comando. Walter Oaquim não será mais o vice de futebol - estão cotados Mário César Monteiro e o ex-presidente Luiz Augusto Velloso. Mas é quase certo que Velloso ganhe cargo remunerado no futebol - pode até ser supervisor de futebol. Oaquim se tornará vice de Relações Externas.