São Paulo - Nesta entressafra, o nome do meia Ricardinho vem sendo um dos mais especulados do mercado brasileiro. O Vasco oferece o lateral-esquerdo Felipe em troca do corintiano. O Flamengo concorda em ceder Edílson ou Petkovic, e o Cruzeiro é outro que já demonstrou interesse no seu futebol. Da Itália, Internazionale e Torino também já estiveram de olho. Ele jura que não sabe de nada e garante que se reapresenta no Parque São Jorge na próxima quinta-feira.
Porém, não sabe se fica no Timão e confessa que uma de suas metas é voltar para o futebol europeu.
Flamengo, Vasco e Cruzeiro já demonstraram interesse em contratar você para a próxima temporada. Onde o Ricardinho vai jogar no próximo ano?
RICARDINHO: Ninguém me procurou e nem falei com o Corinthians. Só li notícias, mas não sei o que é real (seu tio Rubens Pozzi, que também é seu procurador, já admitiu o contato de algumas equipes). Estou curtindo férias com minha mulher e meu filho e vou me apresentar dia 3 de janeiro, no Corinthians, que é dono do meu passe e é o clube com o qual tenho contrato até 2004.
Mas como você reage a esse interesse de outros grandes clubes?
Se existir mesmo, fico muito feliz pelo reconhecimento do meu trabalho. Situações estão sendo colocadas, mas só esses clubes ou o Corinthians é que podem falar sobre isso.
Você não pensa em sair, nem se for para a Europa?
Uma das minhas metas é voltar à Europa (ele atuou no Bordeaux, da França, até 1998). Ainda estou com 25 anos e tenho bastante tempo para isso. Não escolho o momento. Deixo as coisas acontecerem. O importante é tomar as decisões na hora certa para ser feliz e conquistar os objetivos.
Depois de três anos e meio no Corinthians, cinco títulos conquistados e mais de 200 jogos disputados, você acha que ainda pode dar mais ao time e ao torcedor?
Meu trabalho precisa continuar. O Corinthians é um grande clube e sempre tive muita felicidade de jogar lá. Falo que sou um privilegiado, mas não posso prever nada. Sou feliz no Corinthians, mas não sei o que vai acontecer no ano que vem.
Você mantém a sua postura de não jogar mais com Marcelinho, caso ele volte para o Corinthians?
Já falei isso (que não aceita mais o desafeto) várias vezes.
Alguns jogadores já disseram que aceitam ele de volta...
Cada um tem uma opinião e é preciso respeitar.
A briga com Marcelinho não prejudicou sua imagem com a torcida (torcedores xingaram Ricardinho e jogaram esterco no seu carro, depois de uma derrota por 2 a 1 para o Grêmio, no Pacaembu, dia 21 de outubro)?
Não influenciou em nada. A minha profissão seguiu normalmente e vai seguir sempre, independentemente de qualquer coisa. Sei das minhas responsabilidades. A cobrança faz parte de uma grande equipe quando não consegue os objetivos, mas tem coisas que não aceito. Nós, assim como o torcedor, queremos ser campeões.
Chegou a se arrepender de algo daquele episódio com Marcelinho?
Não me arrependo de nada. Sou muito tranqüilo sobre o que envolve o meu trabalho. Em situações profissionais você precisa tomar atitudes e eu tomei a atitude que achei correta.
O ano de 2001 foi mais positivo ou negativo?
Foi só positivo. Dificuldades sempre vão existir, ainda mais numa profissão como a nossa, que envolve competição. Não conquistamos tudo o que buscamos, mas ganhamos o título Paulista e ficamos perto de outros.
Por que o Corinthians não foi bem no segundo semestre?
O trabalho foi bem feito, a dedicação foi excepcional, mas as coisas nem sempre saem do jeito que a gente quer.