Ricardo Negrão
São Paulo – A vitória nesta segunda-feira na edição 77 da São Silvestre garantiu uma festa de ano novo mais farta na mesa da família da ex-bóia-fria Maria Zeferina Baldaia.
Logo após a prova, a brasileira, que ganhou a corrida pela primeira fez, falou por telefone com a mãe, Domingas. Recebeu dela a informação de que a cidade estava parada fazendo festa pela conquista e o pedido para ir ao supermercado comprar produtos para o Reveillon. Com R$ 12 mil no bolso pela vitória e um carro por ter sido a melhor brasileira na corrida, Zeferina autorizou a mãe a ir às compras.
Zeferina ofereceu a vitória ao irmão, Fabiano, que é deficiente físico, e ao filho de nove anos, Michael Jordan, que recebeu o nome em homenagem ao astro de basquete dos Estados Unidos.
“Foi uma prova disputada do começo ao fim. Realizei meu sonho desde os 12 anos que era de subir ao pódio da São Silvestre e ouvir o hino nacional”, declarou a brasileira.
Zeferina disputou quatro maratonas na temporada 2001 e só a partir de agosto intensificou os treinamentos de velocidade para a São Silvestre. Foi sua segunda participação na prova. No ano passado, terminou em 11º lugar.
Ela afirmou que poderia ter feito um tempo ainda melhor que os 52s12 desta segunda-feira se a temperatura, que girou na casa de 30º C estivesse mais alta. “Estou acostumada a provas em clima quente. Mas em São Paulo está mais frio que em Sertãozinho. Cheguei até a pegar uma gripe”, afirmou.
Acostumada ao calor africano, a queniana Margaret Okayo, que terminou em segundo lugar, teve uma impressão diferente da brasileira. “Não suportei o calor e a subida da Brigadeiro”, declarou para justificar a derrota sofrida nos últimos metros.
Maria Zeferina afirmou ainda não ter planos para os R$ 12 mil que faturou nem para o carro que ganhou por ser a melhor brasileira na corrida. É o segundo automóvel que ela fatura no ano. Já havia levado um para casa pela conquista na Maratona de Belo Horizonte.