Rio - O lateral-esquerdo Sorín, do Cruzeiro, não poupou críticas aos políticos argentinos ao falar sobre a crise política e econômica que assola o seu país. Na sua opinião, a situação caótica da Argentina é uma conseqüência de má gestões dos últimos presidentes.
“Estamos mergulhados numa crise por culpa do Carlos Menen e do De la Rua”, atacou Sorín.
Ele disse que o novo presidente eleito pelo Congresso, Eduardo Dualde, não tem credibilidade para governar o país. “Ele é farinha do mesmo saco dos outros. Mas, o povo argentino se cansou dessas brincadeiras e vai derrubar todos que não são sérios, assim como fez com De la Rua, Cavallo e Rodrigues Sá”, opinou o lateral cruzeirense.
Sorín apóia a mobilização popular em seu país, desde que não haja violência.
“Nada justifica a violência. Manifestações pacíficas, como os panelaços, tem o meu apoio. O povo está carente, decepcionado, passando fome e ainda teve seu dinheiro bloqueado.”
O jogador revelou que também teve recursos bloqueados, mas se disse um privilegiado.
“Nós, jogadores, fazemos o que gostamos e ganhamos altos salários. Vivemos outra realidade, pertencemos a uma outra classe sócio-econômica. Apesar disso, estamos do lado do povo, que está sofrendo muito. Tenho muitos amigos e parentes que estão enfrentando dificuldades financeiras.”
Sorín garantiu que a crise de seu país não vai afetar a seleção argentina na Copa do Mundo deste ano. “Ao contrário. Essa crise aumentou a nossa responsabilidade. Agora, temos a obrigação de dar alegrias ao povo argentino”, finalizou o lateral, deixando entender que a seleção argentina está mais motivada ainda para conquistar a Copa.