Rio - Paulo césar não consegue esquecer. Nos primeiros meses de Fluminense, andava pela rua e ouvia piadas e críticas. Um reflexo das vaias que o perseguiam. Hoje, em meio à indefinição que cerca sua renovação de contrato, ele tem noção exata de que tudo mudou.
"Só nesta sexta, oito pessoas já me pararam para saber se vou ficar. É legal ver que a torcida do Fluminense mostra interesse. Tomara que esta fase de elogios não passe.
A relação com a torcida é apenas uma das faces de uma vida em transformação. De criticado, Paulo César virou prioridade do clube. Agora, se prepara para o nascimento da filha, Caroline, previsto para 16 de março e, se ficar no Rio, já planeja até a mudança para uma casa maior do que seu apartamento na Barra.
"O ano de 2001 foi o melhor que já tive. Agora estou colhendo frutos. Tive muitos motivos de alegria que vão culminar com o nascimento de minha filha", diz o lateral.
A felicidade só contrasta com o futuro incerto. Ele teme uma eventual reação negativa da torcida.
"Vou me apresentar amanhã (sábado), mas não quero ficar treinando sem saber se vou ficar no clube. Espero que a renovação não vire novela. Quero tudo bem claro, para ninguém me criticar depois. Às vezes a torcida não entende o que se passa".
Paulo César não esconde que quer receber o que o clube lhe deve antes de acertar a renovação: "Tenho que receber primeiro. Não quero renovar contrato e ver a dívida do clube só crescer. Quero evitar isso. Pode-se fazer um acordo".
O lateral admite a vontade de jogar no exterior e mostra preocupação com a realidade carioca.
"Eles fingem que pagam e a gente finge que recebe. O clima fica ruim até para os funcionários do clube, que também não recebem. A gente faz um contrato no Brasil e corre o risco de não receber. Só não muda a cobrança da torcida. Quero jogar no exterior não por estes problemas, mas para viver uma experiência nova".