São Paulo - Dizendo jamais ter sido tão humilhado na vida, Viola chegou à Vila Belmiro nesta terça-feira, ao meio-dia, e foi direto ao segundo andar, onde fica a sala da Presidência. Esperou até 17h40. Em vão. Queria receber a rescisão contratual e dois meses de salário atrasado (US$ 200 mil).
“Eles pensam que estão tratando com um moleque? Aqui não tem nenhum palhaço! Vou lá na casa dele (presidente) cobrar!”, jurou o atacante, que saiu cantando o pneu do automóvel que dirigia.
Viola procurou Marcelo Teixeira na Universidade Santa Cecília e no edifício Baía de Santos, onde reside o dirigente. Não o encontrou. Furioso, prometeu vingança. “Disseram que eu não quis me enquadrar na nova política salarial do clube. É mentira. Aceitei reduzir meu salário em até 40% para ficar no Santos. Mas queriam que eu aceitasse menos 70%. Deixo o clube pela porta da frente, embora alguns quisessem que eu saísse pela de trás”, discursou, inflamado.
Viola disse que não descarta entrar na Justiça contra a diretoria do Peixe e jurou não colocar mais os pés na Vila Belmiro. “Aceitei receber o que me devem em até quatro parcelas. Mas o presidente não libera o documento para que eu possa pegar o dinheiro. Já disse várias vezes para eles (os dirigentes): “Onde vocês querem chegar com isso?”.
O presidente Marcelo Teixeira negou que o Santos deva algo para Viola. O cartola chegou à Vila Belmiro após o artilheiro ter ido embora e tentou esclarecer o caso. “Nada está atrasado com o Viola. O que tem de pendente é a conclusão da rescisão contratual”, disse.
Teixeira disse que o gerente financeiro do Peixe, Dagoberto Fernando, entrou em contato com Viola na segunda-feira e acertou os valores. “O problema é que ele queria uma solução hoje (terça)”, resume.