São Paulo – A prioridade do técnico Carlos Alberto Parreira no início de trabalho no Corinthians é arrumar o sistema defensivo. Na manhã desta quarta, no primeiro treino tático no Timão, o técnico priorizou o posicionamento e, a certa altura, demonstrou satisfação.
“Está vendo? Está difícil meter essa bola, hein! De repente os caras conseguem, mas não é fácil, não!”, disse para Dida, depois que os meio-campistas Ricardinho, Renato e companhia não conseguiram chegar perto da área do goleiro.
Com o treino de posicionamento, Parreira fez o primeiro esboço do Corinthians-2002. Como tem afirmado, não pretende mexer na base que foi formada em 2001, mas algumas alterações foram feitas.
Do 3-5-2, usado por Wanderley Luxemburgo no ano passado, o Timão passa a jogar no 4-4-2. Dida; Ângelo (ou Índio), Scheidt, Batata, Édson Canhão, Fabrício, Rogério e Ricardinho formaram o sistema defensivo a maior parte do tempo e receberam maior atenção de Parreira. O lateral-esquerdo Kléber, o zagueiro Fábio Luciano e o atacante Gil, voltando de lesão, apenas correram.
O maior beneficiado pelas mudanças foi o volante Fabrício. Contratado no ano passado ao União São João, de Araras, o jogador teve poucas oportunidades com Luxemburgo. Este ano, pode começar como titular da equipe.
Foi para ele que Parreira dispensou a maior parte dos conselhos. Em alguns momentos, o técnico chegou a segurá-lo pelo braço e apontou o setor que ele deveria ocupar. Ao lado de Fabrício, Rogério seria o segundo cão-de-guarda do time.
“Ele quer uma linha de quatro zagueiros e três jogadores à frente. Se a gente conseguir acertar o posicionamento do jeito que ele quer, vamos ter espaço no ataque”, diz Rogério, que pode trocar o Timão pelo Flamengo e dar o seu lugar a Vampeta.
A segunda missão de Parreira será fazer o Corinthians contra-atacar de forma mortal. Para ele, é importante o time marcar em bloco e sair para o ataque com rapidez. “O espaço tem que ser criado . Traz os dez caras do outro time para o nosso campo”, gritava, enquanto insistia para que os marcadores diminuíssem os espaços.