Paraíba do Sul - Depois de uma sessão de defesas, saltos, saídas áreas, mergulhos na grama, Júlio César vive diariamente, em Paraíba do Sul, a rotina de atender centenas de fãs. De beijos das tietes mais audaciosas a abraços em crianças, o goleiro rubro-negro exibe paciência de Jó.
“Os torcedores não estão acostumados a ver a gente de tão perto. Dou o máximo de atenção possível para retribuir o carinho. Hoje, acredito, conquistei a simpatia de todos”, disse.
Apesar de ser capaz de mexer com os corações femininos e fazer pais virarem crianças, o goleiro, de 22 anos, não se acha unanimidade no Flamengo.
“Tenho certeza de que poucas pessoas não gostam de mim. Mas eu as respeito”, falou.
O assédio normalmente acontece em cima de atacantes, contratações de peso, como Juninho e Leonardo. Mas Júlio César diz ser o principal alvo por ter adquirido no ano passado uma identificação muito grande com os torcedores rubro-negros.
“É mais difícil um goleiro ser reconhecido. Mas acho que isto se deve ao que aconteceu no ano passado, quando levei o time à decisão da Copa Mercosul ao defender pênaltis contra o Grêmio”, disse o goleiro, lembrando um fato que ficou na memória dos torcedores. “Não faço para obter destaque, mas a torcida gosta de ver um jogador torcendo pelos outros mesmo fora de campo.”
Júlio César adora o carinho de avôs, pais, mães, crianças, mulheres, mas o reconhecimento que enche seu ego parte dos "arqui-inimigos". É melhor ser elogiado por quem o vê à distância.
“O que mais gosto é quando torcedores de outros clubes vêm falar comigo. Os tricolores são maioria. Os vascaínos são poucos, né?”, brinca o goleiro.