Rio - A morte do bicampeão mundial Vavá foi lamentada em vários pontos do país, principalmente por aqueles que, de uma forma
ou outra, conviveram com o ex-jogador. Todos foram
unânimes em ressaltar a elegância do ex-jogador do
Vasco e da Seleção Brasileira dentro e fora de campo.
Para muitos, a raça de Vavá na final da Copa da
Suécia, em 1958, contra os donos da casa, foi
fundamental.
Naquele jogo, o Brasil sofreu um gol logo aos quatro minutos do primeiro tempo, mas conseguiu virar o
placar antes do intervalo, graças à disposição de
Vavá, autor dos dois gols.
O ex-ponta-esquerda Pepe, que também
participou das conquistas dos Mundiais de 58 e 62,
lamentou muito a morte do amigo. “Éramos muito ligados dentro e fora de campo. Trabalhamos juntos no Catar. Eu dirigia o Al Saad e
ele, o Al Ryan. Apesar de serem equipes rivais, mantínhamos um
excelente relacionamento e nossas famílias eram amigas. Tratava-se de uma figura humana fantástica. Fiquei chocado quando soube de sua morte pela TV”, afirmou Pepe.
O ex-ponta esquerda do Santos e da Seleção não esqueceu de ressaltar as qualidades de Vavá como jogador. “Foi um atacante
muito raro. Usava bem os dois pés e cabeceava com
perfeição. Aproveitava todas as oportunidades na área.
É muito difícil encontrar um jogador como ele. Era
habilidoso e técnico dentro da área”, decscreveu.
Nelson Rosa Martins, que hoje exerce a função de
coordenador de futebol do Madureira e também vestiu a
camisa do time do Subúrbio, jogou várias vezes contra
Vavá. Porém, foi
trabalhando com ele, na comissão técnica da Seleção
Brasileira de 1982, comandada por Telê Santana, que
ele passou a admirá-lo ainda mais.
“Como pessoa, o Vavá era fantástico e como jogador
era fenomenal. Era mesmo um leão dentro da área”, disse Nelsinho, referindo-se ao apelido de "Leão da Copa", dado a Vavá em 1958.
“Ele participava muito do jogo. Corria pelo campo e
voltava para ajudar na marcação. Marcou época por sua
vontade, força e disposição. Foi um jogador muito
forte, raçudo e decisivo”, concluiu Nelsinho.
Já o ex-jogador do Santos e da Seleção Brasileira,
José Ely de Miranda, o Zito, também bicampeão em 58 e
62, lembrou dos gols marcados por Vavá na final da
Copa de 58 contra os suecos.
“Foi um jogador fora de série. Sem ele, as
histórias das Copas de 58 e 62 poderiam ter sido
diferentes. Foi ele quem virou o jogo decisivo contra a Suécia, em 58, quando começamos perdendo por 1 a 0. Isso sem contar
as grandes partidas que fez com a camisa do Vasco”, afirmou.
Jair da Rosa Pinto, que era muito amigo de Vavá, mas
só jogou ao lado dele em peladas, lembrou das diversas
reuniões promovidas por ele em um clube chamado "Tio
Patinhas", em Copacabana, e no Tijuca Tênis Clube.
“Ele gostava de cozinhar e reunir ex-jogadores. Me
lembro de uma reunião com Didi, Zizinho, Jair Marinho,
Silva, Carlinhos e vários outros. Enquanto nos
divertíamos, ele se preocupava em preparar a comida. Era um sujeito 100%, alegre, bom caráter e capaz de gestos como este, só
para ver seus amigos felizes”, lembrou Jair, acreditando que se Vavá jogasse no futebol atual, estaria milionário.
“Ele era disparado muito melhor que esses atacantes
de hoje. Sabia dominar a bola, entrar na área e fazer
os gols decisivos. Hoje, estaria consagrado e
milionário”, concluiu.