São Paulo - O Santos adotou a política do cheque sustado para pagar salários. O atleta recebe o valor a que tem direito, mas quando vai depositá-lo, descobre que o cheque foi cancelado. Foi assim com Galván, Carlos Germano e outros jogadores que preferem manter o nome em sigilo.
"Estou guardando os cheques para entrar na Justiça contra o clube. Isso é um absurdo!", reclama o procurador de um jogador que atuou pela equipe em 2001.
Pedindo anonimato, o empresário afirma que tem mais de R$ 30 mil a receber em cheques sustados. "Antes da partida contra o Corinthians (em outubro), todos os jogadores receberam o pagamento em cheque na sexta-feira. Na segunda-feira seguinte (após a derrota), a diretoria sustou todos", afirma o procurador de Galván, Roberto Tibúrcio.
O fato é confirmado por dois empresários de atletas do clube, que forneceram os dados na condição do anonimato. Galván entrou na Justiça do Trabalho requerendo uma indenização de R$ 6.056.909,75. Segundo a advogada do zagueiro, Gislaine Nunes, o zagueiro teve sete cheques sustados, num total de R$ 273,2 mil.
"Eu posso falar em nome do Galván, mas sei que vários outros atletas receberam documentos que, mais tarde, foram cancelados", garante Tibúrcio. "Eu não sei como eles (os diretores) conseguem. Pelo que eu saiba, para um cheque ser sustado, é necessário um Boletim de Ocorrência", reclama o procurador de outro um ex-jogador de defesa da equipe.
Todos os cheques sustados entregues para Galván são do Banco Itaú, agência da Avenida Ana Costa, em Santos. Um funcionário da agência - que não quis indentificar-se pelo telefone – afirma, que a princípio, o cheque deve ser sustado apenas com BO, mas que isso pode ser feito também através de pagamento de uma taxa para cheque "perdido".