Lisboa - A empresa construtora portuguesa Somague ameaçou nesta terça-feira, paralisar na próxima quinta-feira as obras do novo estádio do Benfica, onde seria realizada a final da Eurocopa de 2004.
O financiamento da obra ficou ameaçado depois que o novo prefeito de Lisboa, Pedro Santana Lopes, do Partido Social Democrata (centro-direita), se negou a ratificar a suposta ajuda prometida por seu antecessor, o socialista João Soares, ao presidente do tradicional clube português.
Diogo Vaz Guedes, presidente da Somague, disse que a empresa paralisará suas obras na próxima quinta-feira, caso o litígio não seja resolvido. “Não aceito que o acordo verbal feito com o anterior prefeito seja suspenso”, disse Guedes.
O presidente do Benfica, Manuel Vilarinho, conversou na segunda-feira com Santana Lopes, que se recusou a ratificar o acordo verbal feito entre o clube e seu antecessor às vésperas das eleições municipais do dia 16 de dezembro, nas quais o segundo perdeu.
Apesar de Vilarinho ter assegurado depois da reunião que tudo havia sido esclarecido com o prefeito, este desmentiu publicamente, minutos depois, que a Prefeitura assumiria promessas feitas por seu antecessor.
Vilarinho afirmou que o ex-prefeito se comprometeu a ajudar com cerca de 12,5 milhões de euros a Sociedade Anônima (SAD) do Benfica, que administra o futebol profissional, para permitir a instalação de um posto de gasolina e, sobretudo, autorizar a expansão das atuais instalações do estádio.
No total, as ajudas municipais representariam cerca de 50 milhões de euros, para um custo de 126 milhões de euros previsto para a construção do novo estádio, dos quais 21 seriam fornecidos pelo Estado devido ao contrato de colaboração assinado este mesmo mês com o clube.
O Estado se comprometeu a financiar 25 por cento das despesas de modernização dos estádios quando Portugal foi escolhido para organizar o Campeonato Europeu de 2004.