Cristina Bodas
São Paulo - Os organizadores da exposição “Pelé – A Arte do Rei”, que será aberta ao público neste sábado (dia 2) em São Paulo, pretendem fazer com que as novas gerações se apaixonem pelo ídolo mundial.
“Queremos levar essa paixão nacional a esses jovens que não viram Pelé jogar”, disse o curador da exposição, o francês Romaric Sulger Buel. Pelé encerrou sua carreira profissional de jogador – iniciada em 1956 no Santos – em 1977 no Cosmos de Nova York, na Liga de Futebol Americana.
Os dois andares do Masp (Museu de Arte de São Paulo) abrigarão até o dia 31 de março a exposição com mais de 500 peças sobre a vida do craque, incluindo fotos, ilustrações, troféus, medalhas e objetos pessoais. Cerca de 80% do material pertence à coleção pessoal de Pelé.
“O importante é colocar todo esse material em um lugar e as pessoas que me ajudaram a conquistar tudo isso possam ver”, disse Pelé durante o discurso de abertura.
Na exposição, realizada com o apoio da Coca-Cola, estão algumas raridades, como a caixa de engraxate que Pelé usava aos 10 anos para ajudar os pais financeiramente, a bola de meia feita por ele ainda criança, a chuteira e a rede do milésimo gol (cedida pelo Maracanã), o troféu “O Atleta do Século” e até o rádio que, em 1958, seu pai ouviu a convocação do craque para a Copa do Mundo na Suécia. “Na verdade toda essa coleção começou a ser feita pelos meus pais, guardando esses objetos e as minhas primeiras medalhas”, conta o ex-jogador.
Os organizadores tiveram uma preocupação especial com as áreas multimídia, empregando telões, televisores, equipamentos especiais de áudio e até um túnel similar ao da saída de um vestiário no estádio de futebol fazendo, logo na entrada, o visitante entrar na atmosfera da exposição. “A arte de Pelé está em seus dribles, em sua forma de jogar. É impossível entender o craque sem vê-lo jogando”, afirma o curador.
Em dois meses, Júlio Neves, presidente do Masp, espera que a exposição receba 500 mil visitantes, batendo a exposição recorde de público no museu – a de Monet, que recebeu 450 mil pessoas. Segundo ele, o valor da entrada deve ser um alavancador. Graças ao apoio da Coca-Cola, os ingressos serão vendidos a R$ 10, mas estudantes e visitantes que apresentarem três tampinhas ou três anéis de Coca-Cola pagam R$ 5.
A exposição é resultado de uma parceria de três anos e de R$ 2 milhões entre a Coca-Cola e o Pelé. “Além da exposição, a parceria prevê a participação dele como nosso consultor na Copa do Mundo e na Copa Coca-Cola de futebol infantil”, conta Cláudia Colaferro, diretora de Marketing da Coca-Cola.
Depois de São Paulo, a exposição estará na Casa França-Brasil, no Rio de Janeiro, e então viajará por todo o país. Sem dar maiores detalhes, os organizadores dizem que há possibilidades de a exposição seguir para o exterior. Ainda não há definições também sobre o futuro do acervo, mas segundo Cristiana Monte Alto, coordenadora geral da exposição, “o sonho de Pelé é montar um museu”. “Mas isso ainda é apenas um projeto”, diz Cristiana.
SERVIÇO
Exposição Pelé – A Arte do Rei
De 2 de fevereiro a 31 de março
Masp (Museu de Arte de São Paulo)
Avenida Paulista, 1.578, São Paulo
Tel.: 11 3253-0929
De terça a domingo, das 11h às 18h
Ingressos: R$ 10. Estudantes: R$ 5
Crianças menores de 10 anos e adultos com mais de 60 anos não pagam
Três provas de compra de Coca-Cola (tampinhas plásticas ou metálicas, anéis de lata vermelhos ou amarelos) valem desconto de 50%.