São Paulo - Carlos Alberto Parreira tem um cuidado especial com a defesa corintiana. No treino de sexta-feira pela manhã, por exemplo, enquanto os atacantes treinavam finalizações com o auxiliar-técnico Jairo Leal em um gol, e Rogério e Ricardinho testavam do outro lado a pontaria em cobranças de falta, Parreira orientava seus jogadores de defesa (zagueiros e volantes) em um treinamento de posicionamento e arrancada.
"Vamos, Fábio! Vamos, Fábio (Luciano)! Velocidade, senão o atacante antecipa" gritava Parreira, ensinando também a postura no momento da marcação. "Precisamos ter postura na marcação. Se ficarmos de qualquer jeito, os adversários jogam a bola na frente e fica difícil pegar", explicava.
E o trabalho exaustivo com o setor defensivo vem dando resultado. Em oito jogos nesta temporada (contando o amistoso contra o Taubaté), o time levou cinco gols, uma média de 0,6 por jogo. A defesa também é a menos vazada do Torneio Rio São Paulo, competição em que o Timão sofreu até agora quatro gols. Panorama bem diferente do ano passado, quando a zaga do Corinthians foi muito criticada após as eliminações na Copa Mercosul e no Campeonato Brasileiro.
"Mudou bastante a forma de trabalhar. No ano passado fazíamos mais gols, mas também ficávamos mais vulneráveis lá atrás", acredita o zagueiro Scheidt, referindo-se ao estilo do ex-técnico corintiano, Vanderlei Luxemburgo.
Na época, o treinador optou pela dispensa do hoje titular Fábio Luciano, que foi emprestado para o Internacional-RS, e pela efetivação de Batata, que com Parreira começou como titular, mas perdeu a posição após falhar feio no empate contra o Etti. No clube gaúcho, Fábio Luciano conheceu o estilo de Parreira.
"A diferença é que o Parreira pede para todos os jogadores ajudarem na marcação", analisa Fábio, explicando que no Inter-RS o volante Leandro Guerreiro atuava na frente da zaga, quase como um terceiro zagueiro, função exercida este ano no Corinthians por Fabrício.
"No Inter nosso setor defensivo ia muito bem também. É o dedo do Parreira", afirma Fábio.