Rio - Afastado do cargo de vice-presidente de futebol do Flamengo, Mário César Monteiro afirmou nesta terça-feira que está deixando a atual administração muito magoado com o presidente do clube, Edmundo Santos Silva. O dirigente se reuniu com Edmundo e disse que teve a sua atuação no clube boicotada.
“O grupo político que me colocou no cargo já tinha decidido pela minha saída. Então conversei com o presidente e mostrei a ele o boicote à minha atuação no cargo de vice-presidente de futebol. Disse a ele que sou contrário a forma como ele vem administrando o clube. Então ele me perguntou se continuávamos amigos, aí falei apenas que estava magoadíssimo pela forma como fui boicotado”, afirmou Mário César.
Sem poupar críticas a administração de Edmundo, Mário César Monteiro acusou o presidente do clube de ser centralizador. “O Edmundo diz que quer dirigir o clube por segmentos, o que seria razoável, mas ele não faz isso. Tem várias pessoas influenciando, mas quem manda é o Edmundo. Eu indiquei Carlinhos e Edu para o clube e ele não aceitou. Porém, quando deixei o cargo anunciou a contratação do Carlinhos”, afirmou Mário César Monteiro.
Sobre a posição que vai adotar, Mário César Monteiro disse que seu grupo vai exigir a renúncia de Edmundo e do seu vice, Júlio Lopes. “Vamos exigir a renúncia do Edmundo e do Júlio para que o presidente do conselho deliberativo do clube, Gilberto Cardoso Filho, assuma e marque eleições para daqui a três meses, pois acho que o estatuto permite. Depois todas as forças políticas do clube têm que se unir, pois a situação do Flamengo está insustentável”, afirmou o Mário César.
Questionado porque não apoiou a CPI do Senado, instalada para investigar supostas irregularidades no futebol brasileiro, que também sugeriu a renúncia de Edmundo, Mário César disse que este tipo de movimento tem que sair de dentro do clube. “A CPI não tem o direito de se intrometer no clube, que é uma instituição privada”, afirmou Mário César Monteiro.