Rio - Pelas primeiras medidas tomadas, a comissão especial de inquérito instaurada pelo Conselho Deliberativo pretende fazer uma devassa para apurar todas as denúncias contra a diretoria do Flamengo. A partir de segunda-feira, começam os depoimentos, mas o presidente Edmundo dos Santos Silva e seus subordinados acusados só vão ouvidos no final dos trabalhos.
A presença de Nilton Maia, ainda incerta, é a mais esperada. O ex-superintendente geral sugeriu que Edmundo levava dinheiro das comissões nas transações de jogadores, em fita gravada, da qual trechos dos diálogos foram publicados pelo LANCE!. O fato provocou a instalação da comissão especial de inquérito. Maia é sócio e pode ser convocado.
Nesta terça, o presidente da comissão, desembargador Valter D´Agostino, enviou carta ao diário requisitando a fita. Ele afirmou que a gravação, ou a sua transcrição, será usada como indício das irregularidades. "Só depois de ouvir os depoentes que fazem acusações é que vou escutar os envolvidos", explicou D´Agostino, que ainda não sabe se Maia vai depor.
Mesmo que o ex-dirigente, em depoimento, não confirme as acusações na fita, as apurações vão continuar, segundo o desembargador. D´Agostino diz que Edmundo e outros acusados serão ouvidos depois.
Por enquanto, já está marcada o depoimento do ex-vice-presidente de Futebol, Mário César Monteiro, que será na segunda-feira. O ex-dirigente insinuou, entre outras coisas, que Petkovic tinha privilégios no clube porque a diretoria era sua refém.
Todos os depoentes só serão ouvidos pelos cinco membros da comissão para que sejam preservados. "O ideal é que fossem ouvidos pelo Maracanã inteiro para dar transparência, mas tem que ser deste jeito", explicou D´ Agostino. O desembargador ainda não escolheu o relator da comissão.