São Paulo - Depois de conquistar o bicampeonato da Fórmula Indy em 2000 e 2001, Gil de Ferran se prepara para um novo desafio a partir de sábado, quando estréia na IRL, categoria quase desconhecida para os brasileiros e disputada apenas em circuitos ovais. ``Não será fácil, vamos entrar em águas obscuras. Há muito para aprendermos, principalmente os detalhes das pistas'', disse o brasileiro à revista especializada Autosport.

Se quiser repetir o sucesso da Indy na IRL, Gil de Ferran vai ter que superar o norte-americano Sam Hornish Jr., da Pennzoil Panther Racing, que dominou a categoria no ano passado, ao vencer três provas e terminar 11 vezes entre os cinco primeiros.

A IRL surgiu em 1996 após um racha nos Estados Unidos entre o dono do autódromo de Indianapolis e a organizadora da Fórmula Indy, a Cart. Após o desentendimento, a categoria se dividiu em duas: de um lado a IRL (Indy Racing League), que ficou com a tradicional 500 Milhas de Indianápolis; do outro, a Cart, que no Brasil ainda é conhecida como Fórmula Indy ou Fórmula Mundial.

Gil de Ferran trocou uma categoria por outra por decisão de sua equipe, a Penske, que resolveu migrar para o novo campeonato. Além de Gil, a Penske levou para a IRL seu outro piloto, o também brasileiro Hélio Castroneves.

Nos testes da pré-temporada, os brasileiros da Penske mostraram que a adaptação pode ser mais rápida do que os adversários gostariam. Gil de Ferran e Castro Neves ficaram entre os pilotos mais rápidos dos testes feitos no início de fevereiro na Califórnia e em Phoenix.

Apesar da inexperiência na categoria, os pilotos da Penske têm boas recordações nas poucas vezes que se aventuraram na IRL.

No ano passado, Castro Neves foi o campeão das 500 milhas de Indianápolis, e Gil de Ferran ficou em segundo. Na comemoração, Helinho criou uma marca registrada, ao escalar a grade que o separava do público, como se fosse um jogador de futebol. ``Tivemos testes bastante produtivos no circuito de Homestead, em Miami, e estou otimista com nossa performance na corrida'', disse o Homem-Aranha brasileiro, como Helinho ficou conhecido. ``Continuamos a aprender com o novo equipamento em cada teste e estou começando a me sentir mais à vontade no carro''.

O terceiro brasileiro na IRL é Felipe Giaffone, que já conhece as pistas da categoria. Correndo pela Mo Nunn, ele foi escolhido como o Estreante do Ano em 2001 e terminou a temporada em sexto lugar.

Giaffone, no entanto, não quer fazer previsões para a primeira corrida. ``Fica difícil fazer prognóstico para o GP de Miami porque muitas equipe esconderam o jogo nos testes, mas posso dizer que a Mo Nunn está me dando estrutura para brigar de igual para igual pela vitória'', garante.

O Brasil ainda poderá ter um quarto piloto na categoria. O paulista Aírton Daré, que compete na IRL desde 2000, após passar três temporadas na Indy Lights, está finalizando um contrato para correr na categoria.

No sábado, os carros entram no oval de Homestead, ao sul de Miami, a partir das 15h (horário de Brasília) para a primeira das 15 provas da temporada 2002.

Reuters