Cuiabá - Há três anos, Edílson e o técnico Luiz Felipe Scolari eram desafetos declarados. Hoje, o treinador tem em Edílson uma de suas principais armas de ataque e nome quase certo na lista de convocados para a Copa do Mundo.
``Temos um relacionamento ótimo. O Felipão tem confiança em mim e eu também tenho uma confiança grande nele, então, foi tudo superado. Aquilo que aconteceu serviu para a nossa amizade hoje'', disse Edílson, sobre o desentendimento que ocorreu em 1999.
Scolari, então técnico do Palmeiras, criticava a irreverência do corintiano Edílson em campo e chegou a pedir a seus jogadores que fizessem faltas duras no atacante.
Agora, como técnico da seleção brasileira, Felipão deixou os problemas de lado e tem convocado o atacante do Cruzeiro para o últimos jogos do Brasil.
Ele foi, inclusive, peça-chave na partida contra a Venezuela, em novembro -- quando o Brasil conseguiu a classificação para o Mundial -- participando de todos os três gols.
O próprio Edílson enaltece sua importância naquele jogo.
``Não só eu, mas o Brasil inteiro viu. O treinador também sabe o quanto ele pode contar comigo. Agora é esperar com ansiedade até chegar a hora certa'', afirmou o jogador de 31 anos, que tem a chance disputar uma Copa pela primeira vez.
Edílson está tão confiante que não se importa em sentar-se no banco de reservas na partida de quinta-feira, contra a Islândia, em Cuiabá.
``Estou tranqüilo, o Felipão já sabe minha maneira de jogar, já sabe do meu potencial, sei que a hora que ele precisar de mim eu entrarei e vou ajudar a seleção brasileira a conseguir a vitória'', disse o jogador, que já atuou em diversos clubes, incluindo Guarani, Palmeiras, Kashima Reyson (Japão), Corinthians e Flamengo.
Apesar de ser um dos mais experientes do grupo, ele disse que não se considera um líder na seleção e acredita que o grupo do Brasil só terá uma identidade quando os mesmos jogadores tiverem a chance de treinar e conviver por vários dias.