Milão (Itália) - O técnico da Roma, Fabio Capello, pediu que as autoridades do futebol italiano tomem providências em relação a parentes de dirigentes de clubes que trabalham como empresários de jogadores e treinadores de grandes equipes.
Os comentários de Capello se dão na semana em que a imprensa está divulgando que haverá uma reunião nesta quinta-feira entre dirigentes da Lazio e da Juventus para discutir a transferência do zagueiro Alessandro Nesta para a Juve.
As questões contratuais dos jogadores da Lazio são lidadas por uma agência chamada Gea World, cujo presidente é Alessandro Moggi, filho do diretor-geral da Juventus, Luciano.
``Está claro para mim que problemas de conflitos de interesses não dizem respeito apenas ao (primeiro-ministro italiano e presidente do Milan, Silvio) Berlusconi. Não me refiro apenas a Moggi, mas a todos esses agentes que estão lidando com seus pais'', disse Capello em entrevista ao Corriere Dello Sport.
A Gea World é resultado da fusão entre a companhia de Moggi, chamada Football Management, e um grupo envolvendo Andrea Cragnotti, filho do presidente da Lazio, Sergio, e Francesca Tanzi, filha do proprietário do Parma, Calisto. Nem Tanzi, nem Cragnotti estão mais envolvidos na administração da Gea World. O Corriere disse que a Gea tem acordos para gerenciar os negócios de vários dos principais jogadores da Itália, incluindo jogadores da seleção nacional, como Di Vaio e Fabio Cannavaro do Parma, Marco Materazzi da Inter de Milão e Alessio Tacchinardi, da Juventus.
A companhia também lida com acordos financeiros e de marketing de alguns treinadores, entre eles Luigi De Canio (Napoli), Luigi Del Neri (Chievo) e Roberto Mancini (ex-Fiorentina).
Capello afirma que o negócio da Gea está próximo de se tornar um monopólio. O treinador afirma que a empresa já controla seis treinadores e quase 100 jogadores. ``Há claro conflito de interesses'', afirma Capello.