Cuiabá - Os jogadores que atuam no exterior receberão um tratamento especial do preparador físico da seleção brasileira, Paulo Paixão, na Copa do Mundo. Para ele a preparação física na Europa não é adequada e será preciso fazer um trabalho de fortalecimento muscular para que os atletas ''atinjam o ápice da forma física sem ter nenhum problema muscular''.
``A dificuldade que nós da preparação física vamos ter será com o pessoal do exterior. A maioria dos clubes do exterior não tem nenhum tipo de teste, não te dão parâmetro para desenvolver o trabalho'', afirmou Paixão à Reuters na quarta-feira.
O preparador físico do Brasil disse que enviará fichas de testes aos clubes dos 35 jogadores que estiverem na lista que o técnico Luiz Felipe Scolari vai divulgar no dia 30 de abril para desenvolver o plano de preparação física para o Mundial da Coréia do Sul e Japão.
Ele não espera encontrar qualquer tipo de dificuldade em relação aos atletas que jogam no Brasil. Já os do exterior, são uma incógnita.
``A partir do dia 30, quando for divulgada a lista, no Brasil eu tenho a segurança de que não vai haver qualquer tipo de problema, mas os jogadores do exterior chegam sem uma sequência fisiológica real, ou seja, não existe uma preparação de base, uma específica, uma preparação de competição'', comentou Paixão, que foi preparador físico do Brasil durante a Copa do Mundo de 1998 e voltou à seleção com Scolari.
``Para esses jogadores vindos da Europa vou ter a preocupação de desenvolver um trabalho visando um fortalecimento muscular específico, que eles não têm lá, isso dito por eles mesmos'', completou.
Paixão criticou a preparação física na Europa dizendo que o objetivo deles é deixar a equipe veloz rapidamente, sem pensar a longo prazo. Segundo ele, os clubes brasileiros têm a melhor preparação física do mundo.
``No Brasil temos o maior trabalho de preparação física do mundo. Aqui temos pouco tempo para preparar nossa equipe e o número de lesões é baixíssimo'', disse ele, que trabalha no Grêmio há sete anos.
Paixão afirmou que numa competição curta como a Copa do Mundo, ``o importante é deixar a equipe o mais rápido possível com força, resistência e velocidade''.
``Se tiver isso, neste período (da Copa) você não vai ter nenhuma preocupação com a seleção. Quando eles voltam para os clubes, estarão em uma forma física exuberante e se tiver uma competição muito longa pode ser prejudicial, mas neste momento temos que pensar na seleção'', acrescentou o preparador físico.
O grupo brasileiro que disputará a Copa estará reunido no dia 12 de maio, quando eles viajam para Barcelona para a partida do dia 18 contra a seleção da Catalunha
No dia seguinte, a delegação embarca para a Ásia e fará sua estréia contra a Turquia, no dia 3 de junho, na Coréia do Sul.
Apesar de considerar o tempo insuficiente, Paixão diz ``ter certeza'' que o Brasil chegará ao Mundial bem fisicamente.
``Temos todas as condições de ganhar essa Copa, até pela qualidade técnica do jogador brasileiro'', finalizou o preparador físico.