Rio - Nesta quinta-feira, vai ser fundada a FAF-pro, entidade que estará à frente dos interesses dos jogadores de todas as Américas, discutindo junto com a Confederação Sul Americana detalhes ligados a Copa América, Mercosul e Libertadores, quando o assunto envolver calendário, direito de arena e até inspeção de campos.
A FAF-pro seguirá os moldes da FIF-pro, a Federação Internacional de futebolistas profissionais, entidade filiada e reconhecida pela FIFA. A FIF-pro é a grande aliada do atleta que joga no continente europeu junto a UEFA.
A cerimônia, que acontecerá em um hotel do Rio de Janeiro, vai receber representantes de todos os sindicatos mais importantes do continente, quando haverá a definição da diretoria, do estatuto, a aprovação do nome, a língua oficial, as logomarcas e tudo o que se refere ao início das atividades de uma entidade.
O Brasil estará representado por presidentes dos sindicatos do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná e poderá vir a ter o vice-presidente da FAF-pro, que vai ser escolhido através de voto de todos os membros. Alfredo Sampaio, presidente do Sindicato do Rio de Janeiro e vice da FENAPAF (Federação Nacional de atletas profissionais) deve ser o escolhido para o cargo e admite que a importância desta representação é muito grande.
“O Brasil é um país em que as classes precisam se politizar mais e reivindicar os seus direitos. Não há dúvida que o Brasil ter uma atuação mais direta na FAF-pro vai abrir mais os horizontes para que tenhamos mais atitudes firmes de uma classe que apenas reclama sem fazer nada. A criação da federação aqui no Rio de Janeiro é um sinal de prestígio para todos nós e a prova de que temos condição de brigar ainda mais pelos nossos ideais”, afirmou Alfredo.
Serão também discutidos pontos polêmicos, como a captação de recursos e as primeiras ações da FAF-pro. Por lá, a Federação Internacional comercializa imagem de atletas em games, revistas, cards e outros souvenirs que geram uma receita, que é repassada para os próprios atletas e tem um percentual separado para a entidade, que desta forma pode se manter e continuar gerindo estes interesses da classe junto a UEFA e a própria FIFA.
“Pensamos em levantar a primeira bandeira junto a CONMEBOL no caso Danrlei. Aconteceu uma punição sumária, sem ter sido dado direito de defesa, o que foi desumano e deveria ser repensado. Quem pode garantir que o Danrlei não foi agredido também? Se foi, ninguém viu e não há súmula que registre”, afirmou o advogado da FENAPAF, Décio Neuhaus, que defende esta como a primeira bandeira da FAF-pro.
Estarão participando do evento os sindicatos da Argentina, Paraguai, Uruguai, Peru, Chile, México e Brasil, além de Antônio Carraça, representante do futebol português e dirigente da FIF-pro. O evento começa nesta quinta pela manhã. À noite, os congressistas estarão no Maracanã presenciando o clássico do Rio-São Paulo, Vasco e Botafogo. Na Sexta, um dia inteiro de simpósio e no Sábado o encerramento.