Rio - Uma chuva de denúncias inunda a administração do presidente Edmundo dos Santos Silva no Flamengo. Em depoimento à Comissão de Inquérito, na noite de segunda-feira, o ex-diretor de futebol Mauro Serra denunciou um esquema de profissionalização de jovens promessas; o pagamento desnecessário de US$ 1,550 milhão referente aos direitos de imagem de Petkovic no exterior; e a existência de nepotismo no Rubro-Negro.
Mauro Serra tinha começado o depoimento na última quarta-feira, mas Valter D'Agostino, presidente da Comissão de Inquérito – instaurada depois da publicação pelo LANCE! da fita em que Edmundo Silva é acusado por Nílton Maia de levar vantagem em negociações – o convocou para nova sessão. E tomou ciência de indícios que agravam ainda mais a situação do atual presidente.
O ex-diretor acusou Edmundo dos Santos Silva de beneficiar familiares com o nome do Flamengo. Segundo ele, o filho de Edmundo Silva, Marcelo Halais, é dono da empresa de publicidade V7, que faz trabalhos para o clube; e as filhas Helena Halais e Maria Cláudia, assim como a mulher Maria Lúcia, são donas de quiosques do Flamengo em shoppings da cidade. O LANCE! apurou que as filhas e a mulher aparecem como donas da Schmall Artigos para Presentes Ltda, e familiares próximos comandam a Fla House Ltda.
Mauro Serra ainda afirmou à Comissão de Inquérito existir um esquema de profissionalização de jogadores que contaria com a participação do técnico dos juniores, Carlos César, juntamente a George Helal.
E o ex-diretor ainda afirmou que os US$ 1,550 milhão remetidos ao exterior supostamente para pagar direitos de imagem a Petkovic não se explicam, já que o contrato está registrado no Brasil.
O depoimento deu mais dados à oposição para pedir o impeachment de Edmundo. Um grupo vai invocar o artigo 37 do estatuto, que dá perda de mandato por improbidade administrativa. Já Clóvis Sahione, advogado do grupo de Márcio Braga, deve apresentar quinta-feira seu dossiê.
Edmundo foi procurado, mas não retornou as ligações do LANCE!.