São Paulo - Orgulho da atual administração, a nova safra de jogadores do Santos pode ser a salvação financeira do clube. Pelo menos esse é o discurso do presidente santista.
"Com a venda de um ou dois atletas, equilibramos as finanças do clube", costuma dizer o polêmico Marcelo Teixeira.
Mas de dez promessas do Peixe que estão despontando na atual temporada, apenas duas pertencem integralmente ao clube. Dos outros oito, a equipe possui apenas participação no atestado liberatório.
Quer dizer: em uma possível negociação, o Santos teria direito só a uma porcentagem da negociação.
"No meu caso, tenho 50% do meu passe (direitos federativos). Acho que assim é melhor, inclusive financeiramente", opina o meio-campista Elano, que chegou à Vila em 2000, vindo do Guarani.
Elano não é o único na Vila "pela metade". Marcão, Thiago, Canindé, Diego, Douglas e William encontram-se na mesma situação.
Até atletas das categorias de base não fogem à regra. Bruno Moraes, da Seleção Brasileira Sub-20, também tem apenas parte dos direitos federativos vinculados ao clube.
"Tivemos propostas de outros clubes, mas queriam ser donos da totalidade do atestado liberatório. Achamos melhor deixá-lo aqui no Santos", afirma o ex-atacante Aluísio Guerreiro, pai de Bruno.
Leandro e Robinho são exceções. Os dois estão totalmente vinculados ao time de Vila Belmiro.
A média de idade dos atletas com apenas parte dos direitos federativos presos ao Peixe é de 19 anos.
"O Santos até tentou ficar com a totalidade do meu passe, mas achamos melhor ficar com uma parte", esclarece Diego, a mais badalada das jovens revelações do técnico Celso Roth na temporada.
A expressão "Meninos da Vila" foi consagrada em 1978 e já foi utilizada exaustivamente desde então. Mas o velho apelido não cabe mais à nova geração que desponta nos profissionais do Santos. São meninos, mas da Vila apenas pela metade.