São Paulo - Kléber surgiu como lateral do Corinthians no segundo semestre de 1999, após a saída Silvinho para o Arsenal, da Inglaterra. Tinha só 19 anos. Este ano, foi convocado pela primeira vez para a Seleção.
Gabriel, como um cometa, atropelou o “selecionável” Belletti e se tornou titular do São Paulo em 2002. também moleque, tem 20 anos.
Ainda é cedo, mas os dois são candidatos em potencial para as laterais da Seleção na Copa de 2006.
De trajetórias semelhantes, Kléber e Gabriel estarão frente a frente no clássico entre Corinthians e São Paulo, em Presidente Prudente.
Vão se encontrar várias vezes em campo, até porque o técnico do São Paulo, Nelsinho Baptista, voltou a barrar Belletti e mandou Gabriel de volta a sua posição de origem.
"Eu e Gabriel temos uma carreira parecida. Conseguimos ser titulares das laterais de grandes equipes ainda jovens. Mas não é fácil se manter como titular em um clube grande. A pressão é forte", afirma Kléber.
Além de assumirem a titularidade de maneira prematura, os dois têm outras coisas em comum.
Wladimir, pai do são-paulino, ídolo corintiano nas décadas de 70 e 80, espelho de Kléber, apostou na explosão do lateral do Timão no início do Torneio Rio-São Paulo. Em janeiro, deu entrevista ao LANCE! dizendo que o lateral já era, desde o ano passado, o principal responsável pelas jogadas de gol do Corinthians.
"Neste domingo, infelizmente, vou estar contra o meu Corinthians. Vou torcer pelo time do meu filho", afirma Wladimir, agora são-paulino. Ou melhor, Gabriel Futebol Clube.
Do lado corintiano também tem “torcedor-pai-coruja” que já foi boleiro profissional. Jordão é pai de Kléber e foi médio-volante do Juventus entre 1966 e 68. Hoje, acompanha a carreira do filho de perto e promete “secar” o do compadre Wladimir.
"Gabriel surgiu agora, pode ser um ótimo substituto para Cafu, mas Kléber já está como profissional há mais de três anos. Aposto nele, ué".
Carlos Alberto Parreira, o técnico corintiano, também apostou. Nas primeiras semanas de clube, disse que o Timão tinha um lado esquerdo – formado por Kléber, Gil e Ricardinho – sem paralelo no Brasil.
Pode ser. Mas Nelsinho Baptista gosta é de falar do seu setor direito. "Gosto de ver o Gabriel pelo lado direito porque ele é um jogador diferenciado, que parte para cima buscando a linha de fundo", elogia.
Antes, terá de passar por Kléber.