Berlim - O Governo da Alemanha pediu às grandes estrelas do futebol do país que aceitem uma diminuição de seus salários se o grupo de meios de comunicação Kirch, que gera parte da receita dos clubes com a transmissão de jogos- for à falência, informa a revista "Der Spiegel" em sua última edição.
Alfred Tacke, representante para esta questão do chanceler Gerhard Schroeder, declarou à revista que se a receita que a Kirch recebe com o futebol deixar de ser gerada, "os clubes terão que prestar sua contribuição para saneá-la".
Com isso, "subentende-se que os salários dos jogadores serão afetados", acrescentou Tacke, que considera que as 36 associações profissionais do futebol de primeira e segunda divisões existentes na Alemanha teriam que "diminuir seus custos e tarefas".
O goleiro do Bayern de Munique, Oliver Kahn, é um dos jogadores que anunciaram que não estão dispostos a receber menos por causa da quebra do grupo do empresário Leo Kirch.
O Governo alemão desmentiu ontem que tivesse a intenção de financiar com dinheiro público estas associações para que venham a sobreviver, depois de a imprensa da Alemanha dizer, há poucos dias, que a administração central e os governos de alguns estados federados pretendiam fazê-lo.
O grupo Kirch atravessa seu momento mais difícil, já que sua quebra definitiva pode ser anunciada na próxima semana.
O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, recebeu numerosas críticas na Alemanha depois de anunciar sua intenção de comprar, por também ser empresário da área de comunicação, algumas das mais bem-sucedidas cadeias do grupo Kirch, como a Sat 1 e a Pro 7, algumas das de maior sucesso da televisão alemã.