Rio - Um dia para a história centenária do Flamengo. Os advogados da oposição, Clóvis Sahione, Roberto Abranches e Newton Cordeiro, entregaram nesta sexta, ao presidente do Conselho Deliberativo, Gilberto Cardoso Filho, o processo de impeachment do presidente Edmundo dos Santos Silva.
Jamais um presidente rubro-negro passou por isso. "Trata-se de um dia negro para o clube", comentou Gilberto.
Agora, Gilberto tem cinco dias para nomear uma comissão para apurar o processo e outros 60 dias para dar defesa a Edmundo antes de convocar uma assembléia para votação do impeachment. Nesta, será preciso ter, no mínimo, 630 conselheiros e a vitória da oposição depende de 50% da votação mais um a favor.
"Com a entrega do processo, lutaremos cara a cara, telefone a telefone, boca a boca, para fazer história no Flamengo. Quem votar contra o impeachment, vai contra o Flamengo", diz Clóvis Sahione.
O processo acusa o atual presidente de improbidade administrativa e cita cinco pontos cruciais: denúncias do Conselho Fiscal, irregularidades da empresa de auditoria Delloitte, CPI do Senado, imprensa e processos judiciais.
"O clube não tem mais respeitabilidade", afirma Sahione.
Em caso de vitória na assembléia, Edmundo deixa o cargo imediatamente e, pelo estatuto, o vice-geral, Júlio Lopes, assume. No entanto, se ele sair, novas eleições serão convocadas; ou se pedir licença, Gilberto Cardoso Filho assume a presidência.
Mesmo que ainda no campo da suposição, a primeira divergência já surge: Clóvis Sahione fala que Edmundo Silva não pode recorrer, já o presidente do Conselho Deliberativo garante que, de acordo com o artigo 60, cabe recurso mesmo estando já fora do cargo.
"Edmundo pode recorrer no Conselho Deliberativo e ainda pode buscar mandatos e tudo mais", argumenta Gilberto, garantindo não ser aliado de Edmundo como insinuam.