Rio - Ao final do clássico contra o Fluminense, no domingo, o técnico Carlos César apontou o ataque como o vilão pela oitava derrota do Flamengo no Rio-São Paulo. Irritado com os gols perdidos pela dupla Roma e Andrezinho, chegou a pedir a contratação de um centroavante à diretoria.
O diagnóstico do treinador, entretanto, vai de encontro ao que apontam os números da tabela da competição. O Flamengo, que marcou 32 gols em 14 jogos, tem o terceiro melhor ataque do Rio-São Paulo - atrás só de São Paulo (42) e Palmeiras (33). A defesa, sim, vem tendo um desempenho pífio: levou 37 gols e é a segunda mais vazada da competição. A do América, que levou 46, é a única pior.
A reclamação de Carlos seria totalmente improcedente não fosse um outro dado também contido na tabela. A artilharia do Flamengo é liderada por um jogador de meio-campo: Juninho Paulista, que marcou oito gols no Rio-São Paulo. Os atacantes Andrezinho e Leandro Machado, que está contundido, marcaram apenas quatro gols. Roma tem performance ainda pior: fez três gols, mesmo número do zagueiro Juan e de Felipe Melo, que joga como volante.
Na segunda, apesar de mais tranqüilo que na véspera, Carlos César estendeu suas críticas à defesa. ''Levamos gols que não poderíamos levar e perdemos gols que poderíamos perder'', disse. Os atacantes, por sua vez, foram criticados pelo capitão Beto. ''Poderíamos ter liquidado o jogo no primeiro tempo. Os gols que desperdiçamos não se perdem num clássico. O jogador tem que pensar em fazer o gol e sair consagrado, não pode ter medo de chutar'', disse, num recado para a dupla Roma-Andrezinho.