São Paulo - Leandro e Gil, dois dos três atacantes corintianos, não marcam gol há 11 jogos. A última vez foi contra o Flamengo, em 3 de março. São 1.045 e 1.023 minutos, respectivamente, sem balançar a rede adversária. Ou mais de 17 horas de jejum.
Se no período a abstinência não chegou a fazer falta (o time marcou 20 gols), as fases semifinais do Rio-SP e da Copa do Brasil aumentam a pressão. A partir deste sábado, contra o São Caetano, o Corinthians passará por uma maratona de jogos decisivos. Os dois, apesar de negarem queda de rendimento, procuram motivos para fugir das cobranças.
“O importante é o time vencer. O gol vai sair com naturalidade, não adianta se preocupar. Nosso time não depende de apenas um jogador para marcar”, afirma Leandro.
Antes de o jejum começar, ele chegou a ser o artilheiro do Corinthians na temporada, marcando sete gols em sete jogos consecutivos.
“Atacante tem que fazer gol, mas não é a única função. Você tem de abrir espaço, participar da marcação, servir o companheiro”, diz Gil.
“Procuro respeitar a opção tática do treinador. Nesta parte, estou agradando”, acredita.
Gil realmente está mais disciplinado taticamente. É comum vê-lo no meio-campo dando combate. Mas também é inegável que a finalização é, hoje, um de seus maiores defeitos. O atacante, aliás, admite isso.
“Quando estou no ônibus, indo para o estádio, fico imaginando lances, a melhor forma de finalizar a jogada. Infelizmente, em campo, nem sempre as oportunidades aparecem.”
Ambos, porém, ainda têm crédito com Carlos Alberto Parreira. Para o técnico, a forma como o Timão joga justifica a falta de gols da dupla. “Não dependemos dos atacantes para fazer gol. Com exceção do Dida, todos já marcaram (Anderson, substituto de Scheidt, não marcou).”
Leandro e Gil têm, respectivamente, duas e oito assistências em 2002.