Corinthians aprendeu a tratar bem seus ídolos
Com Danilo e Sheik, Corinthians corrige erros do passado
Houve um tempo em que o Corinthians tratava mal seus ídolos. Rivellino que o diga. Depois da derrota para o Palmeiras na final do Campeonato Paulista de 74, a culpa pelo jejum de títulos caiu nas suas costas e ele foi vendido para o Fluminense, onde liderou a Máquina Tricolor.
Neto, herói do primeiro título brasileiro, foi negociado a preço de banana para um time colombiano. E o colombiano Rincón, capitão do primeiro mundial, chegou a ser recebido com notas falsas de dólares com o seu rosto estampado, depois que se transferiu para o Santos.
Algumas injustiças foram corrigidas posteriormente pelos fiéis torcedores. Como esquecer do dia em que Casagrande, então no Flamengo, se emocionou depois de ouvir a massa de corintianos gritar: “volta Casão, seu lugar é no Timão”. O mesmo Casagrande, que depois do fim da Democracia Corintiana, chegou a ser emprestado para o São Paulo e posteriormente foi vendido para a Europa.
O Corinthians parece ter aprendido com os erros do passado. Com dois dos heróis da conquista da Libertadores, a gratidão e o reconhecimento falaram mais alto. O quarentão e falastrão Emerson Sheik, autor dos dois gols contra o Boca na final de 2012, teve a chance de voltar nesse ano para se despedir com dignidade e ainda beliscou mais um título, o de campeão paulista.
A elegância discreta de Danilo também foi reverenciada. Depois de uma série de graves contusões, o meia de 39 anos voltou a jogar e fez um gol de bicicleta contra o Bahia, que foi fundamental para ajudar o Corinthians a se manter na série A. O clube ofereceu a ele um cargo na diretoria, mas o incansável Danilo pretende jogar mais um ano.
Parafraseando o poeta Vinicius de Moraes, o amor entre ídolo e time não precisa ser imortal, posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure.
Até porque eternos e imortais eles sempre serão na memória dos torcedores.