Faltou combinar com os russos
Os russos mandaram para o espaço os apostadores do tradicional bolão, que sempre rola de Copa em Copa. Até a estreia no Mundial, eles viviam um jejum de oito meses e sete jogos sem vitória em amistosos preparatórios. O crime dos árabes e dos apostadores foi acreditar na frieza dos números e o castigo veio com um retumbante 5 x 0.
Desde que se tornou Rússia, o país nunca passou da primeira fase da Copa, mas depois de ver os dois golaços do Cheryshev e o gol de falta do Golovin, corri para consultar a tabela e constatei que o confronto com o Brasil só pode acontecer na semifinal ou na final.
Se o imponderável acontecer, eles terão pela frente o quadrado mágico formado por Coutinho, William, Neymar e Gabriel Jesus. É o Tite em versão ofensiva, fazendo os admiradores do futebol arte lembrarem de outros quartetos fantásticos que deixaram saudade, menos para os russos.
Em 58, ainda como União Soviética e atuais campeões olímpicos, eles entraram como favoritos, mas sucumbiram diante de Didi, Pelé, Garrincha e Vavá na primeira fase da Copa por 2 x 0. O menino Rei ainda seria coroado como o melhor de todos os tempos, e Garrincha, o craque com alma de passarinho, teria indagado ao técnico Vicente Feola se ele havia combinado com os russos, ao receber instruções antes do jogo para driblar todo mundo e cruzar para Vavá mandar pra rede.
Na Espanha, em 82 e ainda como União Soviética, os russos até saíram na frente, mas tomaram a virada com golaços de Sócrates e Éder. Foi uma estreia sofrida da Seleção que encantou o mundo, mas não levou a taça para casa. Cerezo, Falcão, Sócrates e Zico formavam o tal quadrado mágico no meio de campo.
Enquanto o novo quarteto brasileiro não estreia, vale a pena sentar no sofá amanhã e acompanhar o primeiro clássico da Copa entre Portugal, do craque marrento Cristiano Ronaldo, e Espanha, que tem a elegância discreta de Iniesta. Mais cedo, o Egito, do faraó Salah, tem pela frente o Uruguai, do artilheiro Luisito Suárez. Façam suas apostas!