Arthur, o menino que queria ser rei
Zico, o Galinho de Quintino, chega aos 66 anos e continua inspirando milhões de Arthurzinhos
Todo menino é um rei, mas poucos têm a chance nesse Brasil tão desigual de manterem a coroa como conseguiu Arthur Antunes Coimbra. Depois de sair do subúrbio de Quintino, na zona norte carioca, Zico conquistou o mundo e virou Deus para a nação rubro-negra, que comemora todo dia 3 de março o nascimento do maior ídolo da história do Flamengo.
Ah, como é bom ver você cheio de saúde, vovô Zico. Deve ser uma alegria imensa poder se deliciar com o neto Felipe, que já brilha nas categorias de base do seu Flamengo e parece ter herdado o dom de bater faltas.
Ah, como era bom te ver nas tardes de domingo no Maracanã. E que saudade daquele time de 82, do meio de campo com o Sócrates, o rei do calcanhar, e com Falcão, o rei de Roma.
Hoje há quem decrete a morte do futebol arte, Galinho. As pranchetas e suas táticas dilacerantes pregam a destruição de qualquer lampejo criativo em nome do resultado final. E o que é pior, Zico, há quem comemore até a morte de uma criança.
Só que há sempre um Messi no fim do túnel, um Neymar, um Cristiano, um Mbappé ou um novo garoto descobrindo a paixão pela bola. E vai sempre existir Rei Arthur na nossa memória, com seu futebol e coração gigantes.
Todo menino é um rei, Arthur. Mesmo os que vão embora tão cedo, deixaram na curta passagem a esperança de dias melhores e o sorriso que nenhum ódio é capaz de matar.