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Casagrande já foi ator em filme sobre futebol feminino

Onda Nova, lançado em 84, teve cenas de sexo com o jogador, participação de Caetano Veloso, e Carla Camurati como uma das atrizes principais

20 fev 2019 - 18h44
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O futebol feminino só foi regulamentado em 1983 no Brasil. Foram mais de 40 anos de espera. Um decreto-lei, criado durante o governo Getúlio Vargas, em 1941, proibiu a prática do esporte porque ele seria incompatível com a natureza feminina, e só foi revogado em 1979.

Nesse contexto, surgiu “Onda Nova”, um filme underground, dirigido por José Antonio Garcia e Ícaro Martins, que conta a história de um time de futebol feminino, criado para combater o machismo e para mostrar que as lindas mulheres também eram boas com a bola no pé. A produção tocou em temas como feminismo, homossexualidade, com cenas de nudez, sexo e drogas. Um prato cheio para a censura entrar em campo. Os diretores pediram a classificação para maiores de 18 anos. A censura liberou para 16, mas com corte de cenas. Com a polêmica, o filme ficou preso durante 6 meses e só foi estrear em 1984.

O jogador de futebol Walter Casagrande Jr., é visto no Parque São Jorge em abril de 1984
O jogador de futebol Walter Casagrande Jr., é visto no Parque São Jorge em abril de 1984
Foto: Arnaldo Fiaschi / Estadão

Trinta e cinco anos depois, a atriz e diretora Carla Camurati, que se chamava Rita no filme e era uma das jogadoras do time Gaivotas, lembra com detalhes da produção. “Era muito divertido, o Onda Nova tinha uma mistura de pessoas muito interessantes. Você tem Caetano Veloso, Regina Casé, pessoas inusitadas ali e isso dá um frescor ao filme muito grande. Foi gostoso”, relembra Carla. (veja imagens de uma cena com Carla Camurati abaixo)

 

O filme também contou com os ex-jogadores Casagrande e Wladimir, e com o locutor Osmar Santos. Casagrande abandonou as filmagens durante a gravação, porque achou tudo muito confuso, com as cenas demorando para serem filmadas e com muitas repetições. O abandono criou um problema para a produção, que teve que modificar o roteiro. Casão não fez nem a dublagem das cenas que gravou e o resultado ficou estranho, porque botaram uma voz diferente. (veja imagens de uma cena com Casagrande abaixo)

 

Mas o então atacante do Corinthians, que vai ter sua vida em breve retratada no cinema, aparece no filme sendo seduzido por uma garota do time do Gaivotas, que quer perder a virgindade com ele. E por isso Casão acabou fazendo cenas de sexo implícito com a garota, típicas da época da pornochanchada.

No final do filme, o time do Gaivotas, com direito a narração de Osmar Santos, vence a Itália por 2 x 1, no Parque São Jorge, vingando a derrota da Seleção na Copa de 82. Anárquico, o filme atraiu Carla Camurati, que sempre gostou de futebol e diz ter sido goleira e centroavante quando criança. “O Onda Nova é um filme de muitos personagens, então é difícil você dizer qual era o meu papel no filme. É uma história de grupo, ela era uma jogadora de futebol que fazia parte de um time. O Zé Antônio e o Kiko (diretores) nesse filme fizeram uma coisa mais livre. Era uma bagunça de gente, era uma turma. O Onda Nova era um set feliz e engraçado, foi uma delícia", conta a atriz.

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