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Etcheverry: “Até hoje Bolívia comemora vitória sobre Brasil”

Seleção Brasileira perdeu pela primeira vez nas Eliminatórias há 25 anos

27 nov 2018 - 17h23
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Marco Etcheverry não entra na lista dos principais carrascos do futebol brasileiro. Quando se fala em derrota dolorida, logo vem à cabeça o uruguaio Ghiggia, autor do gol que deixou em silêncio o Maracanã, na Copa de 50. O italiano Paolo Rossi, que fez três gols contra a mítica Seleção Brasileira de 82, também atormenta até hoje os brasileiros. E o que dizer então do francês Zidane, vilão em duas Copas: 98 e 2006.

Mas em termos de façanha a vitória da Bolívia por 2 x 0 sobre o Brasil, no dia 25 de julho de 1993, não fica muito a dever, guardadas as devidas proporções. Até essa derrota, a Seleção Brasileira  ostentava uma invencibilidade de 34 jogos e de quase 40 anos nas Eliminatórias, que começaram a ser disputadas na Copa de 54. “Vencer o Brasil na época só em sonho. Foi um momento muito especial. Por isso faz 25 anos que nós comemoramos”, revela Etcheverry, considerado por muitos o melhor jogador da história da Bolívia.

Etcheverry, o carrasco boliviano, ao lado de Ronaldinho
Etcheverry, o carrasco boliviano, ao lado de Ronaldinho
Foto: Marco Etcheverry

Antes de fazer o primeiro gol, Etcheverry sofreu um pênalti, desperdiçado por Sanchez, que parou em Taffarel. O mesmo Taffarel que logo depois levaria um dos gols mais esquisitos da história. Etcheverry saiu em velocidade do meio de campo, invadiu a área pela esquerda e levou a melhor sobre Valber. O meia chutou sem ângulo, quase da linha de fundo, e o goleirão desviou com o calcanhar para o gol. “Foi uma infelicidade muito grande do Taffarel e muita sorte minha. Taffarel sempre foi um dos meus ídolos”, relembra o meia boliviano. 

A Bolívia fez mais um gol e venceu a partida por 2 x 0. A vitória incendiou os bolivianos, que se classificaram para disputar uma Copa do Mundo pela terceira vez. Antes, como convidados disputaram o Mundial de 30 e de 50.

“Foi a partida que marcou a nossa classificação porque nos trouxe muita confiança. Teve feriado na Bolívia no dia seguinte. E no final fomos os únicos a derrotar aquela Seleção, que ganhou a Copa depois”, diz orgulhoso Etcheverry.

O meia até hoje é parado na rua pelos bolivianos e fica sensibilizado com o carinho, mas ao mesmo tempo também lamenta. “É muito triste também porque faz 25 anos que comemoramos e não tivemos nenhuma alegria depois disso.”

Como todos os bolivianos, Etcheverry é fanático pelo futebol brasileiro e, apesar de ter colecionado títulos jogando no Chile e no Equador, ele coloca outra vitória contra um time do Brasil como um dos principais feitos, a do DC United, dos Estados Unidos, sobre o Vasco, pela Copa Interamericana, que depois foi extinta. “Só joguei três anos na Bolívia e vivi meu melhor momento no Colo Colo, do Chile. Mas essa vitória sobre o Vasco também ficou marcada. Era uma disputa do campeão da Libertadores contra o campeão da Concacaf.”

A passagem vitoriosa pelos Estados Unidos fez com que Etcheverry se tornasse amigo de Ronaldinho Gaúcho. “O Barcelona fazia pré-temporada lá e ficamos bem próximos. Admiro os jogadores brasileiros. Zico foi meu primeiro ídolo e também sou fã de Ronaldo Nazário”, confessa o carrasco boliviano, que hoje é técnico e estuda propostas.

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