Os 12 participantes são bonitos, simpáticos e sarados
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Breno está na lista dos 12 investigadores.
Foto: Divulgação TV Globo |
Sexta, 23 de maio de 2003, 18h39
Sempre que autores de novela apostam em tramas do tipo "Quem matou?", o público aguça seu raciocínio para descobrir os assassinos. Foi assim em O Astro, de Janete Clair, e Vale Tudo, de Gilberto Braga, quando o Brasil parou diante da tevê para saber quem matou Salomão Hayala e Odete Roitman, de Dionísio Azevedo e Beatriz Segall.
A partir do dia 27, o telespectador vai ter a chance de desvendar um novo mistério: quem é assassino na pacata Vila de Santo Antônio? Mas ele não vai estar sozinho nessa arriscada investigação. O diretor de O Jogo, Boninho, recrutou 12 candidatos - entre os mais de 70 mil inscritos - para elucidar o crime e apontar o assassino. "Optamos por candidatos que tivessem raciocínio lógico e interesse por investigação. Eles vão ter de pensar bastante. Não podia ser qualquer um", enfatiza.
Mas, a julgar pela relação dos "eleitos", o processo de seleção de O Jogo não foi lá muito diferente de No Limite e Big Brother Brasil. O perfil dos 12 "investigadores" - seis homens e seis mulheres, entre 21 e 41 anos - é bastante sugestivo. A maior parte deles faz o tipo "bonito, simpático e sarado". A caçula do grupo, por exemplo, a carioca Juliana, já foi até musa do verão carioca. A mineira Tatiana não fica atrás. Promoter em Belo Horizonte, ela se diz apaixonada por esportes, como hipismo e vôlei. Entre os rapazes, o paulista Sidney e o pernambucano Henrique também fazem o estilo arrojado. O primeiro pratica pára-quedismo, kart e snowboard, enquanto o segundo vive em busca da onda perfeita. Arquiteto no Recife, não sai um dia para trabalhar sem antes pegar umas ondas.
Ao longo de dez semanas, esses e outros "detetives de ocasião" vão tentar solucionar o mistério a partir das pistas dadas pelo próprio assassino. Para tanto, eles têm de eliminar um suspeito por semana. A cada episódio, um dos 12 "investigadores" também vai ser eliminado quando seguir uma pista falsa e for surpreendido pelo "serial-killer". Segundo Boninho, os 12 participantes de O Jogo receberam treinamento especializado na Academia de Polícia e no Instituto de Criminalística. "Não tenho a pretensão de transformar ninguém em exímio investigador. Eles vão ter de trabalhar muito com o instinto", avisa.
Dos 12 "investigadores", uns se sentem mais preparados para a empreitada que outros. A carioca Elaine, por exemplo, se considera detalhista por natureza. Quando assiste a um filme qualquer, gosta de prestar atenção nos equívocos da produção. O mineiro Breno acha que leva vantagem simplesmente por ser advogado e estar acostumado a usar de perspicácia no dia-a-dia. O carioca Marcelo também pensa assim. Doutorando em Neuroquímica, ele pretende recorrer ao "método científico" para ganhar a competição. E não é só. A carioca Priscila chegou a reler alguns livros de Agatha Christie quando soube que tinha sido selecionada.
Em Vila de Santo Antônio, os 12 competidores vão conviver numa casa monitorada por câmaras e já batizada de Q.G. É lá que o âncora do programa, o jornalista Zeca Camargo, vai propor tarefas para os investigadores. Depois de cumpridas tais tarefas, o grupo vai analisar as pistas encontradas. O prêmio para o vencedor pode chegar a R$ 250 mil. No meio de tantas elucubrações, os "investigadores" só não precisam quebrar a cabeça na hora de dizer o que vão fazer com o dinheiro do prêmio. Cada um deles tem seu projeto na ponta da língua: o gaúcho Antônio, por exemplo, pretende comprar uma casa e a goianiense Fernanda, abrir o próprio negócio.
Mas há quem se dê por satisfeito só de participar de O Jogo. Este é o caso da curitibana Rebeca e do mineiro Marco Antônio. Em comum, a paixão pela música. Marco Antônio, por exemplo, ganha a vida em casas noturnas de Belo Horizonte onde se apresenta com sua banda de rock. Com tanto investigador no encalço do assassino, Zeca Camargo bem que tenta, mas não consegue deixar de torcer por alguém. "Na época de 'No Limite', era só eu torcer por alguém que a pessoa era logo eliminada. Sou meio pé-frio", reconhece Zeca, meio sem graça.
Quem é quem/O Jogo
* Antônio (41 anos) - Gaúcho, Antônio se autodenomina o maior "demonólogo" do Brasil. Vive em Porto Alegre com a mulher e o filho de 14 anos. Desempregado, se sustenta com a venda dos livros que escreve. Jura possuir o dom da premonição.
* Breno (25 anos) - O mineiro Breno é advogado e está estudando para o concurso de delegado federal. Morando com os pais em Belo Horizonte, faz jiu-jítsu há oito anos, já jogou vôlei no time juvenil do Minas Tênis Clube e pratica wakeboard.
* Elaine (27 anos) - Carioca, Elaine vive em São Paulo com o marido. Depois de trabalhar como produtora de publicidade, está desempregada. Mas já fez de tudo na vida: de feirante a modelo. Embora goste de cantar, jura que não quer ficar famosa.
* Fernanda (23 anos) - Estudante de Administração em Goiânia, Fernanda trabalha numa loja de roupa. Recentemente, Fernanda e o namorado foram vítimas de um seqüestro-relâmpago. Os dois ficaram presos no porta-malas do carro por quatro horas.
* Henrique (32 anos) - Nascido em Pernambuco, Henrique é arquiteto. Mas não sai para trabalhar sem antes pegar umas ondas em Porto de Galinhas. Surfista, já esteve três vezes em Fernando de Noronha e cinco na Indonésia.
* Joana (21 anos) - Carioca, Joana estuda cinema e desenvolve projetos como assistente de direção em documentários. Desde criança, ela adora jogar Detetive, da Estrela, e assistir a seriados policiais, como A Gata e o Rato e Arquivo X.
* Marcelo (32 anos) - Carioca, Marcelo faz doutorado em Neuroquímica. Entre seus hobbies favoritos, ele destaca o vôlei de praia e o desenho. Todos os dias, gosta de dar um pulinho na praia antes de pegar no batente.
* Marco Antônio (30 anos) - Mineiro, Marco Antônio é artista de rua. À frente do grupo Coringas, ele mistura rock, teatro, malabares e perna-de-pau. Além do grupo, Marco trabalha em casas noturnas como palhaço. Solteiro, tem duas filhas e 12 tatuagens.
* Priscila (26 anos) - Carioca, Priscila abriu um salão de beleza com a irmã. Sambista, adora participar dos ensaios na quadra da Mangueira. Quando assiste a filmes de suspense, sempre acerta o assassino.
* Rebeca (22 anos) - Apesar de ter nascido em Curitiba, Rebeca morou a maior parte de sua vida na Bahia. Quando não está estudando, Rebeca gosta de canta. A vocação para a música é herança de família. Tanto que planeja montar um grupo.
* Sidney (28 anos) - Administrador de empresas, Sidney gosta de saltar de pára-quedas nos fins de semana. Em três anos, contabiliza 140 saltos. É sócio com o irmão em uma empresa de aplicação de bordados em Boituva, interior de São Paulo.
* Tatiana (30 anos) - Famosa pelas festas que organiza em Belo Horizonte, Tatiana trabalha ao lado da mãe numa loja de importados. Amante dos esportes, Tatiana pratica hipismo há cinco anos. Mas também já estudou balé clássico e jazz e jogou vôlei.
André Bernardo/TV Press
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