Divulgação |
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Multidão no Anhembi |
AS AUDIÇÕES
Voltei para Porto Alegre para ajeitar minha vida e, quatro dias depois, estava em São Paulo novamente. No dia 5 de abril, havia mais uma etapa da seleção. Para variar, não fazia a menor idéia do que seria. Dessa vez, nem lista de música havia sido distribuída antes. O processo era num centro de eventos no Alto da Lapa. Nesse turno, havia duas mil candidatas.
Chegando lá, recebi uma lista de músicas. Tinha que decorar um trecho de alguma delas. Havia discmans espalhados pelo salão para que treinássemos por uma hora. Depois, fomos todas para um auditório. De cinco em cinco, tínhamos que ir lá para frente de três jurados e cantar o trecho escolhido. Éramos observadas pelas outras candidatas e pelos jurados, além de sermos filmadas a todo momento. As músicas mais escolhidas foram Bem Que se Quis (da Marisa Monte) e Apaixonada por Você (da Vanessa Camargo). Na minha vez, fiquei muito nervosa. A situação era muito tensa. Minhas pernas tremiam. O meu grupo foi até a frente. Cantei a minha música (escolhi "I´ll survive" da Gloria Gaynor). Os jurados se reuniram e um deles voltou dizendo que a única candidata que passaria para a próxima fase era a de número 3. Era o meu número!
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"O nervosismo era tanto que a voz saía tremida" |
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Não me agüentei e dei um grito de emoção. Na hora em cheguei ao salão, as câmeras já vieram na minha direção, perguntando-me como eu me sentia. Não me controlei e desabei a chorar. Daí sim que não paravam de me filmar... Eu estava alegre, mas ao mesmo tempo triste, porque ninguém da minha família estava lá para eu abraçar. Tentei ligar para a minha mãe, mas o celular estava desligado.
Conversei, então, com o pessoal da produção e, depois, fui até uma sala onde preenchi uma outra ficha. Agora, as perguntas eram mais específicas: como eu era, se tinha tatuagem, o que eu gostava de fazer, se fazia esportes, cantor preferido, melhor amigo etc. Tirei também uma foto e ganhei um bloco de notas Popstars. A próxima etapa era no dia 9 de abril, terça-feira.
Os dias passaram rápido. A menina gaúcha que antes se sentia perdida na maior cidade brasileira já estava mais acostumada com o ambiente. O dia 9 chegou. Novamente, minha seleção era às 7h30, e o local era o mesmo. Cheguei e, de novo, recebi uma lista de músicas. Tínhamos que decorar uma inteira e apresentar sozinhas, dentro de um estúdio, para os jurados. Li todas e não me identifiquei com nenhuma, mas escolhi Oops! I did it again (da Britney Spears). As meninas faziam o teste uma a uma, e chegou minha vez. Se na outra seleção eu estava nervosa, nessa eu estava três vezes mais. Entrei no estúdio já sendo filmada por todos os lados. Posicionei-me na frente nos jurados e comecei a cantar, mas o nervosismo era tanto que a voz saia tremida. Expliquei que não tinha me identificado com a música e que e estava um pouco nervosa. Uma jurada, então, disse-me para cantar qualquer outra canção. Não esperava por aquilo e acabou me dando um branco na cabeça. O que cantar? Lembrei de uma música gaúcha chamada Porto Alegre é demais!.
Na hora, pensei que não fosse passar, afinal tinha cantado mal a música da Britney e depois, cantado uma música fora da lista. Qual não foi a minha surpresa? O jurado disse que eu estava na próxima etapa. De 400 meninas, eu tinha passado. Mais uma vez fui entrevistada pelos câmeras, e mais uma vez, senti falta de alguém para abraçar e comemorar meu feito.
» Continua
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