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Diablo
Se você gosta de jogos de luta, RPG e temas medievais e
já leu "O Senhor dos Anéis" pelo menos uma vez, é provável que
o jogo da sua vida seja Diablo. O quê? Você se encaixa na descrição e
nunca jogou Diablo? Largue esta revista e vá comprar uma cópia imediatamente!
Melhor: leia esta resenha, pelo menos, e depois vá à loja mais próxima.
O enredo do jogo não poderia ser mais clássico: o Bem versus
o Mal. Você é o herói que vai travar a luta contra as forças malignas
que tomaram conta do vilarejo de Tristan. Sua missão será explorar o submundo
escondido e matar a fonte de todo o Mal: El Diablo. É claro que, para
chegar a esse objetivo, você terá que chegar às profundezas dos calabouços
e enfrentar criaturas que vão de esqueletos fugidos de alguma faculdade
de medicina, passando por cachorros com sangue corrosivo e demônios alados,
até cavaleiros negros e bruxos extremamente poderosos.
Para combater todas essas entidades do Mal você pode escolher
entre ser um guerreiro, um mago ou um arqueiro (alguém pensou em Hexen?),
com diferentes habilidades e que também utilizam diferentes armas e armaduras.
À medida que você for explorando os níveis do submundo, irá encontrar
itens como armas, papiros com mágicas, poções e dinheiro. FreqŸentemente,
será necessário voltar para o vilarejo a fim de repor suas forças, para
obter informações dos habitantes ou para adquirir novos itens.
Estratégia é tudo
Mas por que tanto sucesso em torno de um enredo tão convencional?
Existem vários motivos que levaram o Diablo a conseguir tamanha aceitação.
A simplicidade e a praticidade de sua interface é um deles. Tudo o você
precisa pode ser conseguido apenas clicando o mouse. A visão do jogador
é sempre isométrica e não a do próprio personagem. A vantagem disso é
que o jogador tem um controle bem maior sobre o ambiente em que se encontra.
A verdade é que, para se jogar Diablo, não é necessário prática nem habilidade:
basta clicar no oponente para dar-lhe uma espadada, uma flechada ou lançar
uma magia (neste caso, com a tecla [½] pressionada).
Ter uma boa estratégia é fundamental no Diablo. E não
é apenas saber se posicionar em uma batalha. Durante o jogo, você vai
encontrando dezenas de itens que podem ser úteis ou não. A grande sacada
do jogo é justamente o clima de RPG. Seu guerreiro, mago ou arqueiro começa
com nível zero de experiência e algumas moedas de ouro, uma espadinha
e um escudo fuleiros. A medida que vai avançando nos níveis, é possível
encontrar armas, vestimentas, capacetes, anéis e amuletos, que vão melhorando
conforme o herói vai se aproximando do Inferno. Os benefícios de cada
objeto variam com o nível em que você se encontra. Muitas das criaturas
dos calabouços podem lançar bolas de fogo, cargas elétricas e magias.
Há situações em que uma boa armadura e um machado poderoso
podem resolver. Em outras, um manto que protege contra mágicas pode ser
ideal. Por isso, é importante guardar objetos para diferentes ocasiões.
O fato de se poder escolher entre um guerreiro, mago ou arqueiro no início
do jogo também o torna mais atraente.
Cada um desses personagens permite jogar de uma maneira
diferente, pois eles demandam estratégias completamente distintas. Um
guerreiro, por exemplo, terá muito mais força do que um arqueiro. Este,
por sua vez, terá muito mais destreza. Já o mago pode ter feitiços poderossísimos.
Até os cenários mudam de acordo com o personagem. No final das contas,
o usuário fica tão viciado (e como vicia!) que acaba fazendo uma partida
com cada um deles.
Jogando em grupo
Uma das coisas mais fantásticas do Diablo é a possibilidade
de jogá-lo em rede ou pela Internet. O programa permite conexão direta
entre dois computadores ou via modem, além de suportar redes AppleTalk
e Novell, no caso de haver mais de dois jogadores. Jogar em rede requer
estratégias diferentes das usadas no modo solitário e permite escolher
entre três categorias: Normal, Hell ou Nightmare, sendo que para as últimas
duas seu personagem tem que ter um nível de experiência mínimo.
De maneira geral, a partida em rede é mais difícil, pois
requer uma estratégia conjunta entre todos os participantes e as criaturas
podem aparecer em maior número ou ter outras características. Por outro
lado, se por acaso você morrer, alguém poderá usar a magia Resurrect (muito
conveniente). Se isso não for possível, você recomeça o jogo com o mesmo
nível de experiência, mas sem os itens que tinha quando morreu (eles ficam
"esperando" no lugar da sua morte). Ao contrário do modo solitário,
não é possível salvar um jogo em rede. Em compensação, existem atalhos
do vilarejo para os diferentes níveis do jogo, inclusive o Inferno. Assim,
se seu personagem tiver nível de experiência mais avançado, não é preciso
enfrentar novamente as criaturas fracotes dos níveis mais básicos.
Se você tiver uma conexão boa com a Internet, também é
possivel se conectar ao servidor Battle.net para jogar Diablo com centenas
de outros jogadores conectados. É realmente muito legal, mas se a sua
conexão não for rápida o suficiente, o jogo pode ficar atravancado ou
até mesmo não rolar.
O veredito
Diablo é um jogo extremamente viciante e pode fazer com
que você fique em frente ao computador até altas horas da madrugada sem
conseguir sair da cadeira. Apesar de ter sido lançado há três anos e não
ter gráficos muito elaborados, ele ainda é um dos melhores jogos do estilo
já concebidos. Além disso, a Blizzard já está finalizando o Diablo II,
para desespero total de quem está querendo se livrar do vício.
Márcio Nigro
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