Franjas: lolita ou mulher fatal
Depois de alguns anos escondida sob o título de brega, as franjas estão de volta, e com a corda toda! Nove entre dez celebridades já aderiram a ela e exibem um visual impecável.A musa egípcia Cleópatra já apostava no poder de sedução delas e a imagem delicada fez com que a forte mulher influenciasse o destino de Roma. O poder de sedução é tanto, que a atriz Elizabeth Taylor arrebatou corações ao interpretar Cleópatra para o cinema e de quebra ainda conquistou o galã Richard Burton, Marco Antônio no filme de 1963. “As franjas fazem as mulheres adquirirem ares marotos, quase infantis e isso ativa o imaginário e o ideal dessas épocas”, explica a professora de História da Moda da Faculdade Santa Marcelina, Mitsuko Shitara. Na década de 20 as franjinhas reapareceram e a atriz do cinema mudo Louise Brooks exibia os cabelos na altura do queixo e bem liso. O corte virou febre e representava um estilo irreverente. As melindrosas também adotaram as franjas, e apesar de não serem comportadas, ganhavam ares infantis com o rosto bem destacado pelo excesso de maquiagem. A famosíssima “bonequinha de luxo”, Audrey Hepburn influenciou multidões ao usá-las em seus principais filmes, feitos nos anos 50. A estilista Coco Chanel também levou o visual às passarelas. Os anos 60 também tiveram o glamour das franjas com o ícone Brigitte Bardot, que exibia um corte mais assimétrico e com tendência moderna – característica da época. O look desestruturado deste estilo surgiu com o hippies na década de 70 e representava a liberdade almejada por eles. “A moda e o estilo dos cabelos sempre demonstram o espírito da época”, explica o consultor de moda do TERRA, Xico Gonçalves. Nos anos 80 elas apareciam na cabeça dos ícones da criançada, como Xuxa, Angélica, Mara Maravilha e as paquitas. No final desta década as tops Claudia Schiffer e Linda Evangelista ditaram a tendência, que logo se espalhou pelo mundo. Finalmente chega um novo século e as mulheres fizeram uma releitura do corte – agora, as franjas dão ar de jovialidade e as fazem “lolitas” e mulheres fatais, com franjão “pega-rapaz”.
Camila Tavares / Especial para o Terra
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